Com frequência somos surpreendidos por irmãos e amigos curiosos por entender melhor o uso e sentido da Japamala, em especial em se tratando da visão umbandista sobre a mesma.
A Japamala faz parte de um grupo de vários modelos de conjunto de contas cujos detalhes específicos são definidos de acordo com a tradição e finalidade do mesmo na corrente em que está sendo utilizada. Esses conjuntos de contas existem desde há muito e sua origem se volta, em parte, ao início da ciência matemática, quando o homem se utilizava de separação de objetos para designar alguma quantidade ou número, tal qual fazemos quando separamos uma conta. Como disse, a Japamala faz parte do grupo, ou seja, existem outros conjuntos de contas, dentre os quais podemos citar o Terço ou o Masbaha.
A palavra Japamala tem origem sânscrita (जपमाला) e se trata de um cordão sagrado feito de contas usado para ajudar o praticante de meditação a entrar no estado meditativo.
O umbandista usa a Japamala umbandista que contém 78 contas, um número profundamente significativo para a Umbanda (… ), e que segue alguns detalhes pertinentes à individualização energética da pessoa; essa, ao utilizá-la, entoa mantras umbandistas ou não, em estado de meditação, indo em busca da energia com a qual se deseja sintonizar. Dessa forma, ao utilizarmos a Japamala, lidamos com duas correntes: uma espiritual, "Japa", e outra material, "Mala"; as energias espirituais invocadas "Japa" energizam o "Mala".
Exatamente essa energização da Japamala enquanto objeto material é que a coloca como um símbolo de proteção para muitos que a utilizam no pescoço ou de outras formas, no entanto, devemos sempre frisar que a Japamala se torna energizada à medida em que mantras são rezados, entoados, falados, nela.
Da mesma forma como muitos Pais e Mães Velhos(as) se utilizavam do Terço para fazer seus benzimentos nos antigos terreiros do passado, Sacerdotes do Oriente se utilizavam da Japamala energizada para curar males do corpo e do espírito, por isso, não se assuste se em algum momento encontrar uma entidade se valendo da Japamala como material de trabalho, na verdade ali se manifesta um pequeno sinal das origens culturais da entidade que então se manifesta.
Saravá!