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Por G1
O dólar fechou em baixa nesta terça-feira (16), completando seis quedas seguidas em relação ao real, após o Banco Central voltar a atuar no mercado cambial e de olho no cenário externo, destaca a Reuters. A moeda fechou abaixo de R$ 3,10 pela primeira vez desde março.
"O BC abre espaço para o dólar cair mais e, com isso, também o caminho para cortar mais os juros. O estrangeiro se anima e traz dinheiro para o país", afirmou o operador da corretora Mirae Olavo Souza à Reuters.
O BC anunciou na noite passada a oferta de até 8 mil swaps cambiais para esta sessão, sinalizando que quer rolar integralmente o vencimento dos contratos que vencem em junho, que totalizam US$ 4,435 bilhões.
O dólar mais barato reduz a pressão sobre a inflação e favorece o trabalho de política monetária do BC, com reduções da Selic. Com a percepção de juros menores no futuro, os investidores se antecipam e trazem recursos para aproveitar a taxa mais elevada agora. A Selic está em 11,25% ao ano.
O recuo da moeda norte-americana, no entanto, era contido porque atraía compradores no patamar de R$ 3,09. "Uma justificativa para o dólar cair abaixo desse nível seria o governo aprovar a (reforma da) Previdência ainda este mês, e parece que ele está trabalhando bem e pode conseguir fazer isso", comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, à Reuters.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que deve anunciar nesta semana a data para a votação da reforma em plenário da Casa. Já o presidente Michel Temer, disse na véspera que talvez seja possível votar a reforma na última semana deste mês.
O recuo do dólar ante o real também era influenciado pelo desempenho da moeda norte-americana no exterior, onde atingiu nova mínima de 6 meses ante uma cesta de moedas após o dado de início de construções nos Estados Unidos abaixo das expectativas, ainda segundo a Reuters.