A Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 14,824 bilhões em 2016, informou a estatal nesta terça-feira (21).
Trata-se do 3º ano consecutivo de resultados negativos. Em 2015, a estatal registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões. Em 2014, as perdas somaram R$ 21,6 bilhões.
No 4º trimestre do ano passado, porém, empresa teve lucro de R$ 2,5 bilhões.
Em comunicado, a Petrobras atribuiu o resultado ao "em função, principalmente, do impairment [reavaliação] de ativos e de investimentos em coligadas, no valor total de R$ 20.891 milhões".
A produção média de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu em 2016 recorde histórico anual, alcançando 2.144.256 barris por dia (bpd), um aumento de 0,75% ante o ano anterior.
As ações preferenciais da Petrobras recuaram 4,41% nesta terça-feira e as ações ordinárias tiveram baixa de 3,39%. A Petrobras reagiu à queda do preço do petróleo no mercado internacional, que recuaram para mínimas desde novembro, com o mercado na expectativa da divulgação do balanço de 2016 da empresa.
Resultados anteriores
No 3º trimestre, a Petrobras registrou prejuízo de R$ 16,458 bilhões, em meio a uma reavaliação de ativos. No 2º trimestre, teve lucro líquido de R$ 370 milhões e, no 1º trimestre, prejuízo de R$ 1,2 bilhão.
No final de 2015, a dívida líquida da Petrobras estava em R$ 391,9 bilhões, passando para R$ 325,56 bilhões no final do 3º trimestre.
Crise e plano de venda de ativos
Em meio à crise detonada pela Lava Jato e pela queda dos preços internacionais do petróleo, o endividamento líquido da Petrobras passou de um patamar de R$ 100 bilhões no final de 2011 para R$ 392 bilhões no final de 2015.
Para melhorar suas finanças, a estatal anunciou em setembro um corte de 25% nos investimentos previstos para os próximos 5 anos, além de um plano de venda de ativos.
O plano de negócios da Petrobras prevê arrecadar mais US$ 21 bilhões com a venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias entre 2017 e 2018, além dos US$ 13,6 bilhões já levantados entre 2015-2016.
No dia 15, o Tribunal de Contas da União (TCU) liberou a Petrobras a retomar a venda de ativos. Entretanto, o TCU determinou que a estatal reinicie todos os processos de venda para que eles sigam um novo conjunto de regras, de forma a garantir mais transparência e maior concorrência.