Da esquerda para a direita estão Eric de Lima, de 17 anos; Francisco Igo Silva, 21, e Leandro de Andrade, de 33 anos. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
O secretário de Polícia Civil, Carlos Flávio Portela, confirmou que os ataques, iniciados na noite desta terça-feira (14), ocorreram em ação articulada em represália à morte de três integrantes de uma facção criminosa durante confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) na segunda-feira (13). Portela diz ainda que ações pontuais serão realizadas durante toda esta quarta-feira (15) em Rio Branco.
Os três mortos são Eric de Lima, de 17 anos; Francisco Igo Silva, 21, e Leandro de Andrade, de 33 anos. E a ligação deles com um grupo criminoso foi revelada ainda na terça pelo delegado Rêmulo Diniz.
Ao todo, segundo o governo, foram 12 ocorrências registradas até a manhã desta quarta. Foram incendiados ônibus nos bairros Laélia Alcântara; Jequitibá; Recanto dos Buritis; Taquari; Vila Campinas e Belo Jardim. Houve também uma tentativa de incêndio contra ônibus no Aeroporto Velho.
Estão também entre as ocorrências, um ataque ao antigo box da Polícia Militar no Tancredo Neves, em um posto de saúde na Cidade do Povo e uma tentativa de incêndio contra uma casa de um policial militar.
Além disso, um carro foi incendiado ao lado da casa de um delegado. A assessoria informou que o veículo era igual ao do delegado. Houve também um incêndio em um carro de um policial militar em Senador Guiomard.
Portela destacou que as ações foram orquestradas de forma covarde e que as polícias estão trabalhando de forma integrada para reforçar a segurança na capital. Policiais foram convocados de forma extraordinária e, segundo o secretário, todo o efetivo está nas ruas. A polícia também deve acionar o Exército.
"Os ataques estão relacionados às mortes, mas o crime age de forma covarde para exteriorizar aquilo que querem fazer, que é atentar contra a lei. Independentemente de ser uma resposta ao confronto que houve, quando a polícia teve que dar uma resposta de forma legítima, o mais importante é deixar claro que os bandidos sempre procuram atuar de forma covarde. É um atentado contra a própria população", diz.
O reforço nas ruas deve durar por tempo indeterminado. As polícias estão agindo em conjunto e devem organizar operações nos pontos onde os ataques ocorreram.
"A polícia está atenta e vai continuar alerta até que a gente possa ter uma tranquilidade nas ruas. Todo o efetivo foi convocado de forma extraordinária. Todos estão atuando nas ruas de forma conjunta, Polícia Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e também estamos chamando o Exército, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal", destaca.
A população, caso tenha alguma informação ou denúncia, pode informar a Segurança através do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) e não precisa se identificar.
"Vamos dar um reforço pelo tempo que for necessário. No decorrer do dia, vamos estar intensificando as ações nas regiões onde houve os atentados e também nas outras regiões para que não haja uma migração. Vamos estar atentos sempre com o intuito de proteger a população", finaliza.
Ataques
Os incêndios contra os ônibus iniciaram na noite de terça (14) e continuaram pela manhã de quarta (15). "O primeiro ocorreu por volta das 19h, no bairro Recanto dos Buritis, os demais ocorreram por volta das 23h, nos bairros Taquari, Jequitibá, e Ilson Ribeiro. Os veículos tiveram perda total", informou a Prefeitura.
Já pela manhã desta quarta, mais um ônibus foi incendiado no bairro Belo Jardim. O antigo box da Polícia Militar, no bairro Tancredo Neves, também foi alvo de ataques. Ainda na noite de terça, os motoristas haviam parado no Terminal Central e policiais foram acionados e acompanharam as últimas viagens dos coletivos.
Por mais de uma hora, os motorista paralisaram mais uma vez na manhã desta quarta. Eles reivindicavam a presenção de policiais militares dentro dos coletivos.
Fonte: G1