Jurídico

MPE quer que PMs indenizem assaltantes; soldado faz post de repúdio

O Ministério Público do Estado (MPE) ingressou na Justiça pedido de pagamento de um salário mínimo por abuso de autoridade contra quatro suspeitos de assalto a uma concessionária em Cuiabá. Cinco policiais militares são alvos da ação aberta pela 20ª Promotoria de Justiça de Criminal, e podem ser condenados a pagar R$ 880 aos investigados ou prestar dois meses de serviços comunitários.

A audiência de apresentação de caso foi realizada nesta quinta-feira (2) no Juizado Especial Unificado de Cuiabá. Na ação, o promotor Roosevelt Pereira Cursine pede o pagamento de um salário mínimo para cada suspeito envolvido na ocorrência. Caso a proposta seja indeferida, a promotoria requer a realização de serviços à comunidade por um período de dois meses. Cursine entendeu que houve abuso de autoridade na abordagem dos policiais aos três suspeitos de assalto.

O caso ocorreu no dia 17 de outubro do ano passado, quando três homens armados invadiram a concessionária Borges Veículos, em Cuiabá, e renderam proprietários, funcionários e clientes no local enquanto roubavam objetos e uma caminhonete Hilux e fugiram do local em seguida.

Na tentativa de escape, os suspeitos foram perseguidos por duas viaturas da polícia. Durante a perseguição, o motorista da caminhonete perdeu o controle da direção e subiu na calçada.

Com a aproximação dos policiais, os suspeitos sacaram armas e começaram a fazer disparos contra uma viatura da polícia que permanecia na perseguição.  Dois de três suspeitos presos foram baleados.

Manifestação

Em post divulgado em redes sociais, o cabo Rodrigo Ribeiro Leite, responsável pela equipe de policiais que fez a prisão, se mostrou indignado com a decisão do Ministério Público em punir os PMs. No texto, ele narra ação de sua equipe na perseguição e fala em “inversão de valores”. O Circuito Mato Grosso falou com o cabo Ribeiro Leite, que confirmou sua indignação. 

“O Ministério Público ordenou que eu e as outras guarnições paguem um salário mínimo para os bandidos, porque eles foram torturados, que a PM agiu com truculência. Ainda, o bandido que eu consegui pegar, deu nome errado, depois lembrou seu nome no Ministério Público, e o bandido ainda tem credibilidade perante a sociedade? “, disse.

Confira o post na íntegra:

Imaginem só, o que nois PMs sofremos por várias inversão de valores, uma ocorrência padrão, roubo na Borges veículos, elementos invadiram a loja armados e truculentos com as vítimas, estavam os proprietários, clientes e funcionários da loja, foram subtraído vários pertences como anéis, celulares, relógios, documentos, é uma Hilux branca do proprietário. A minha Guarnição escutou no rádio uma Viatura do Cb. Toninho, informando que estava em acompanhamento de uma Hilux branca roubada, e os bandidos bateram a caminhonete e trocou tiro com a guarnição do Cb. Toninho, onde dois dos 4 elementos foram baleados, um na perna, e outro no pé, e uns dos 4 evadiu em direção a Av. do CPA, foi quando a minha Guarnição estava próximo aí eu com a minha astúcia e visão aguçada, consegui ver o outro foragido, prendemos e recuperamos um revólver calibre 38, e logo depois encaminhamos os 3 detidos e um foragido, recuperamos todos os pertences das 7 vítimas, só ficou com o prejuízo foi o dono, pois sua caminhonete os bandidos bateram.

 Aí fui hoje em uma audiência no Jecrim, aí vi uma coisa que nunca tinha visto em 14 anos de PM, O Ministério público ordenou que eu e as outras Guarnições, temos que pagar um salário mínimo para os bandidos, porque eles foram torturados, que a PM agiu com truculência, ainda o bandido que eu consegui pegar, deu nome errado, depois lembrou seu nome no Ministério público, e o bandido ainda tem credibilidade perante a sociedade? O dono da loja levou um prejuízo de quase 20 mil reais para arrumar a caminhonete, todos eles foram torturados psicologicamente, chamados de vagabundos e em todo o momento falavam que iam matar, depois da ocorrência o Ministério Público ordena que os PMs que estavam na ação, indenizam os bandidos? País de inversão de valores.

Como PMs trabalham desse jeito, o que fazer?

Cb. Ribeiro Leite

Sandra Carvalho

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