Foto Rogério Florentino/ OlharDireto
A Polícia Civil prendeu na tarde desta sexta-feira (20), em Santo Antônio de Leverger (35 km de Cuiabá) o presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Diamantino, Pérsio Oliveira Landim. Ele foi detido acusado de prática de extorsão contra o proprietário do Cartório de 2º Ofício da cidade. O advogado presta esclarecimentos na noite desta sexta-feira ao delegado Fernando Fleury.
Em entrevista ao Olhar Direto o tabelião Félix Jerônimo Alvarez, vítima do advogado, afirmou que toda ação foi gravada e entregue à Polícia Civil. A detenção do advogado foi registrada em uma das salas do cartório e envolve a falsificação de uma assinatura para invalidar um contrato de hipóteca de uma propriedade rural avaliada em 22 milhões de dólares, na cidade de Sinop (a 500 km de Cuiabá).
A vítima afirma que desde o último domingo (15) passou a ser chantageado pelo proprietário de um jornal que o acusava de ações ilícitas e falsificações de documentos. Logo após, ele recebeu um convite para conversar com o dono do jornal sobre as matérias. Na sequência, uma reunião foi agendada, na terça-feira (17), mas em Cuiabá, na sede do jornal instalada na avenida General Mello para que a questão fosse "debatida".
Nessa data, Félix declarou ter visto o advogado em frente ao estabelecimento, mas nenhuma reunião se consumou. Novamente uma reunião foi agendada para a sexta-feira (20). "Me ligaram pressionando. Falando que sites estavam replicando o material e que a corregedoria [do Tribunal de Justiça] estava investigando a conduta, para pressionar mesmo. O Pérsio Landim me ligou dizendo que tinha como resolver a situação. Marquei para às 9h, mas ele só veio às 15h.
Antes da reunião, o tabelião procurou a Polícia Civil e relatou o caso. Durante a reunião com o advogado na tarde de hoje, Pérsio Landim teria solicitado que o tabelião assumisse a responsabilidade pelo erro perante a escritura. "Mais de uma hora de conversa ele [advogado] me disse que eu deveria assumir que me engaram e que tudo ficaria tranquilo. Eu perguntei qual era a minha garantia e ele me disse que nada mais iria acontecer. Nessa hora a polícia entrou".
Defesa de prerrogativa
A reportagem entrou em contato com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Leonardo Oliveira, por duas vezes. Ele informou que não poderia conceder entrevista uma vez que estava acompanhando o caso. Cabe à OAB atuar para garantir as prerrogativas dos advogados.
Fonte: Olhar Direto