Eleitores de Alta Floresta (800 km de Cuiabá) organizam uma ação popular para barrar o aumento de salários do prefeito, vice-prefeito e secretários. O projeto de reajuste, que entrou em pauta na Câmara de Vereadores em regime de urgência especial, foi aprovado por oito votos favoráveis e três, no dia 23 dezembro, na última sessão da antiga Mesa Diretora.
O salário do prefeito reeleito Asiel Bezerra (PMDB) passou de R$ 14 mil mensais para cerca de R$ 26 mil (85%); o da vice-prefeita Marinéia Munhoz (PSD) e dos secretários subiram para R$ 8,7 mil.
O ex-presidente da Câmara, José Elói Crestani (PMDB), disse que o reajuste corresponde à recomposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), das perdas inflacionárias nos últimos oito anos.
“O salário do prefeito está com mais de oito anos sem reajuste. Devido a isso, temos dificuldades para contratar médicos. Em 2015, o prefeito chegou a ser afastado porque não havia médicos nos postos de saúde. Ou seja, nenhum outro servidor pode ganhar valor superior ao prefeito. Esse reajuste é para poder pagar um pouco mais aos médicos no município. Ou no próximo ano não terão médicos nos postos de saúde. Nenhum médico se dispõe a vir para Alta Floresta para ganhar menos de R$ 10 mil”.
Crestani disse ainda que foi realizada uma reforma administrava com a extinção de 153 cargos comissionados. Isso deve gerar uma economia de aproximadamente R$ 148 mil ao mês, mesmo com os reajustes dos salários do prefeito, vice e secretários.
“Das 14 secretarias, ficaram apenas seis. Foram reduzidos mais de 153 cargos. Entendemos a necessidade de contenção de gastos, mas a partir de janeiro quando faltar médicos a culpa será do gestor”.
Votaram a favor do projeto os vereadores Charles Miranda Medeiros (PR), Emerson Sais Machado (PMDB), Oslen Dias dos Santos (PSDB), Valdecir José dos Santos (PSC) e José Eloi Crestani (PMDB), os ex-vereadores Bernardo Patrício dos Santos (SDD), Paulo Cézar Chardulo (PROS) e Reinaldo de Souza (PSD). Foram contrários ao reajuste Elisa Gomes Machado (PDT), Silvino Carlos Pires Pereira (PPS) e o ex-vereador Rogério Colicchio dos Santos (PT). (Com Só Notícias)