Em Mato Grosso 56% dos agricultores já compraram os insumos da próxima safra, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Na safra de 2015/2016, o produtor gastou uma média de R$ 2.958 por hectare. Desses, R$ 1.756 foram gastos com insumos. Na safra de 2016/2017, a estimativa é que o produtor gaste R$ 3.230 por hectare, dos quais, R$ 1.899 devem ser gastos com os insumos.
A previsão, dada por Luiz Nery Ribas, diretor-técnico da Aprosoja, ao Circuito Mato Grosso, é de que o produtor negocie ainda mais. “O dólar está baixo e o produtor deve aproveitar esse momento para comprar os insumos para a safra 2016/2017, que começa no dia 16 de setembro”, explicou Ribas.
No Brasil, de janeiro a maio de 2016, importamos 1,63 milhões de toneladas só de fertilizantes. Se compararmos o mesmo período de 2015, temos um aumento de 15% na importação. Os dados foram divulgados pelo Portal GlobalFert, que aponta um acúmulo de 6,86 milhões de toneladas com compra de insumos no exterior, o que representou um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.
Para explicar esse aumento na importação, atribui-se à alta da soja e à queda dos preços internacionais dos fertilizantes. Essa queda se deu pela baixa procura do produto, principalmente pela América do Sul. Por isso, especialistas dizem que o mês de junho começou favorável para a compra de insumos.
Nos dados divulgados no relatório que mede o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) e o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR), em 2016 os fertilizantes apresentaram uma queda de 19% nos preços. O mês de maio registrou a quarta queda consecutiva, fechando em -0,60%, representando o mês de maior redução nos preços.
Além disso, o crédito para a formação de lavouras parece ter voltado a fluir em 2016. O Banco Central (BC) informou que de janeiro a maio deste ano, o volume contratado para custeio no País foi de R$ 16,3 bilhões, 71% acima do mesmo período no ano passado. Essa volta foi atribuída, principalmente, ao retorno da oferta do chamado: Custeio Antecipado.
Esse crédito é usado geralmente por agricultores para a compra antecipada de insumos, no período chamado de pré-custeio entre abril e junho de cada ano, antes da próxima safra de verão. Nesse período os insumos como sementes e fertilizantes estão mais baratos, pois a demanda é menor. Mato Grosso ficou em segundo lugar, no ranking dos Estados que mais demandaram crédito, com 17,3%. Ficando atrás de Goiás, que solicitou 20,2%.
Os insumos são classificados como todas as despesas e investimentos que contribuem para a formação de determinado resultado, mercadoria ou produto até o consumo final. Eles podem ser biológicos: adubos, fertilizantes, sementes, resíduos industriais entre outros. Minerais: agrotóxicos, fertilizantes altamente solúveis (bastante usado na agricultura convencional) entre outros. E mecânicos: máquinas e equipamentos agrícolas.