Vestibulandos conferem nome na lista do vestibular da Unicamp em Campinas (SP) (Foto: Marina Ortiz/ G1)
Pelo segundo ano consecutivo, a primeira chamada do vestibular da Unicamp tem mais da metade dos convocados da escola pública. Neste ano foram 52%, ou 1.720 candidatos, segundo a universidade estadual de Campinas (SP).O percentual de 2016 foi de 51,9%. Clique aqui para acessar a lista de aprovados da Unicamp em 2017.
Para o coordenador executivo da Comissão Permanente Para os Vestibulares da Unicamp, Edmundo Capelas de Oliveira, os resultados dos dois anos consolidam mudanças feitas em 2015 no Programa de Ação Afirmativa para Inclusão Afirmativa para Inclusão Social (PAAIS).
Naquele ano, os alunos da rede pública passaram a ter bônus nas notas das duas fases do vestibular, e não só na primeira, como antes. “Não tenho dúvidas que isso consolidou”, ressalta o coordenador.
Com a fórmula atual, os vestibulandos recebem 60 pontos na primeira fase e 90 pontos na segunda fase. De acordo com votação no Conselho Universitário (Consu), a Unicamp deveria ter atingido a marca de 50% de alunos da rede pública aprovados na 1ª fase em 2017, o que ocorreu.
Em 2015, 37,4% dos alunos da rede pública haviam sido aprovados, segundo a Unicamp. Era o maior percentual até então. Naquele vestibular, os bônus eram apenas na fase inicial.
Impacto nos mais concorridos
O reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, disse que o PAAIS impacta principalmente nos cinco cursos com maior concorrência na relação candidato vaga, que são medicina, arquitetura e urbanismo, comunicação social, ciências biológicas e engenharia civil. São nestes cursos que os alunos da rede pública mais se candidatam.
"É compreensível isso.Como tem muita gente próximo da linha de corte, provoca mais gente nestes cursos. Este percentual de 52% [escola pública] não é geral em todos os cursos", afirma o reitor.
Pretos Pardos e Indígenas
O número de alunos da rede pública que se declararam pretos, pardos e indígenas (PPI) aprovados em 2017 caiu de 33,5% para 32,9%, ou 571 alunos. “Essa queda é compensada pelos números gerais”, justifica o coordenador da Comvest.
Se levarmos em consideração os alunos da rede particular, o número de pretos, pardos e indígenas aprovados na 1ª chamada da Unicamp chega a 22,7%, ou 751. No ano anterior foram 738, ou 22,4%.
Fonte: G1