O 2º Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba, que nesta edição homenageia a sambista Leci Brandão, será realizado a partir das 15h (horário local) do dia 9 de novembro em Cuiabá no Parque das Águas com entrada gratuita. Cerca de 20 mulheres da Capital mato-grossense se preparam para estrear no evento que nesta edição terá 28 rodas distribuídas pelos estados brasileiros e outros três países.
Visando a aumentar a visibilidade e divulgar para um público mais amplo a força feminina no samba, o projeto idealizado pela cantora carioca Dorina tem como estratégias a mobilização de mulheres do mundo do samba; a ampliação de suas redes de contato; e a união de suas forças.
“Conseguimos ampliar de 15 para 28 rodas nesta segunda edição. Acho muito bacana a adesão de novas cidades ao movimento, a exemplo de Cuiabá, e ainda teremos três países. As meninas estão trabalhando muito, se esforçando para se organizar e isso tudo é a realização de um sonho”, pontua Dorina, lembrando que a cantora e compositora cuiabana Dora Rosa este ano participa pela segunda vez do Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba do Rio de Janeiro, onde está morando.
A roda de samba será transmitida ao vivo (live) no Facebook às 16h (17h horário de Brasília) , contemplando todas as cidades participantes. O público vai conferir sambas com grupos femininos e cantoras em revezamentos regulares até o final do evento, que está sendo organizado pelo Samba das Pretas.
Fazem parte da roda de Cuiabá Andrea Rosa (cavaco), as cantoras Deize Aguena, Bia Borel, Fadia Fares, Josita Priante, Juliana Grisólia (também no violão), Larissa Padilha, Sandra Regina, Rita Cassia, Mariana Borealis. Na percurssão, Bia Scaff, Camilla Ferreira, Juma Yara, Kalinca Nunes, Mônica Campos. Na produção, Liliane Nascimento e Luanda Taiana.
O projeto está contando com o apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Prefeitura de Cuiabá, Trigória, Empada Brasil, Attos, Curumim, Onng, #GarotAjeitada e vereador Luiz Cláudio.
Nesta edição, participam, além de Cuiabá (MT), Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Juiz de Fora (MG), Brasília (DF), Campinas (SP), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Goiânia (GO), Londrina (PR), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Maricá (RJ), Recife (PE), Salvador (BA), São Luiz (MA), Vitória (ES), São José do Rio Preto (SP), Volta Redonda (SP) e ainda na cidade argentina La Plata, Lisboa (Portugal) e Florença (Itália).
Resistência
O Encontro Nacional das Mulheres na Roda de Samba é um evento que traz a mulher como pauta para o tema de resistência. A mulher no samba possui contexto histórico, através das experiências das mulheres que foram precursoras no samba, como Clementina de Jesus, Jovelina Pérola Negra, Tia Ciata, Dona Ivone Lara, Tia Eulália, Aracy de Almeida, as Tias Baianas, entre tantas outras mulheres que tiveram uma representação que hoje serve de inspiração e resistência para a nova geração de mulheres do samba. Na primeira edição, a grande homenageada foi Beth Carvalho.
Leci Brandão
Leci Brandão da Silva é cantora, compositora, atriz e política brasileira. Umas das mais importantes intérpretes de samba da música popular brasileira.
Começou sua carreira no início da década de 1970, tornando-se a primeira mulher a participar da ala de compositores da Mangueira.
Ao longo de sua carreira, Leci gravou 13 LPs, 8 CDs, 2 DVDs e 3 compactos, um total de 26 obras. Participou do Festival MPB-Shell promovido pela Rede Globo, em 1980, com a música "Essa Tal Criatura". Em 1985, gravou "Isso É Fundo de Quintal". Em 1995, foi a intérprete do samba-enredo da Acadêmicos de Santa Cruz durante o carnaval. Atuou na telenovela Xica da Silva como a líder quilombola Severina. Escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Walter Avancini, a telenovela foi exibida pela TV Manchete entre 1996 e 1997.
Entre 1984 e 1993, Leci foi comentarista dos Desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro pela TV Globo. Após uma pausa de seis anos, voltou a comentar o Carnaval Carioca de 2000 a 2001. Entre 2002 e 2010 comentou os Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo pela mesma emissora. Foi Conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, permanecendo nos Conselhos por dois mandatos (2004 a 2008).
Em 2008, participou do clipe do Dia de Fazer a Diferença da Rede Record em parceria com o Instituto Ressoar. É madrinha do Acadêmicos do Tatuapé, bicampeã do carnaval de São Paulo, agremiação que acompanha desde 2012 quando foi tema do enredo da escola. Leci Brandão completou 40 anos de carreira artística em 2015 e lançou um novo trabalho, ‘Simples Assim – Leci Brandão’, em 2016. Por este trabalho, foi premiada na categoria melhor cantora de samba na 29º edição do Prêmio da Música Brasileira.
Atualmente, Leci Brandão se dedica à carreira musical e ao parlamento paulista.