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Se 2017 será um período ainda difícil para a economia brasileira, saindo da pior recessão da sua história, 2018 pode ser o "ano dos sonhos" para qualquer gestor de política econômica, com inflação na meta e a economia crescendo forte.
Apesar da retração nas projeções de inflação e Selic nos últimos meses, as expectativas para o PIB este ano não melhoraram. Na pesquisa Focus, houve uma pequena variação negativa esta semana, de 0,49% para 0,48%. Alguns analistas apontam que o mercado pode estar sendo cético demais. O economista-chefe do banco Fibra, Cristiano Oliveira, projeta expansão de 1% e diz estar confortável com esse número. "Na verdade, meus modelos estimam até um pouco mais, 1,1%, 1,2%", comenta.
Já em 2018 a situação deve ser diferente. A Focus mostra projeção de expansão de 2,30%, ante 2,25% uma semana antes. Entre os mais otimistas, o Itaú Unibanco, por exemplo, vê crescimento de 4% no próximo ano. Oliveira espera alta de "pelo menos" 3,5%.
O economista do Fibra explica que, no quarto trimestre deste ano, a economia deve crescer 1,5% ante o terceiro trimestre, o que gera uma taxa anualizada de 6%. Para ele, isso não deve levar a uma pressão inflacionária tão grande, porque ainda há muita capacidade ociosa na economia. "O Brasil pode crescer a esse ritmo por vários trimestres, porque ainda vai demorar muito para fechar o hiato do produto, que está em mais de 4%", explica.
O economista da RC Consultores Marcel Caparoz acredita que a atividade estará em condições um pouco mais favoráveis em 2018 em relação a 2017, já que espera alta de até 1% este ano e algo na faixa de 2,0% em 2018. "Devemos ter alguns ajustes importantes, como na Previdência, que vão dar frutos ao País, mas que demoram para acontecer", diz.
O UBS projeta expansão de 2,6% em 2018 e diz que esse ritmo deve ser mantido, "ou mesmo acelerado", por alguns anos. O banco suíço diz em relatório recente que a série de reformas estruturais que o governo pretende implementar deve elevar a taxa de poupança e, consequentemente, o nível de investimentos no País no longo prazo, colaborando para um aumento no PIB potencial.
"A alta nos investimentos pode impulsionar o PIB potencial para entre 2,5% e 3,0%, de aproximadamente 2% atualmente. […] O significativo nível de capacidade ociosa na economia sugere que o crescimento real do PIB pode superar o PIB potencial por algum tempo sem criar pressão inflacionárias", diz o UBS no documento.
Fonte: Estadão