Economia

10 dos 14 indicadores de infraestrutura têm alta em 2022, de acordo com CNI

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados oficiais, mostra que 10 dos 14 principais indicadores de demanda por infraestrutura monitorados pela entidade registraram alta em 2022. O transporte aéreo foi o que apresentou o maior crescimento em relação a 2021, com alta de 45,2% no fluxo de passageiros.

Na sequência, aparecem os setores de petróleo e transporte rodoviário com variação positiva de 11,3% no consumo aparente de petróleo e de 8,2% no tráfego de veículos leves em rodovias federais pedagiadas, respectivamente.

No entanto, ocorreram reduções no nível de demanda nos setores de telecomunicações e de transportes marítimo e ferroviário, na comparação com 2021: acessos à internet móvel (-1,1%); transporte marítimo de carga no comércio exterior (-0,7%); cabotagem (-1,9%); e transporte ferroviário de minério de ferro (-3,9%) – veja tabela abaixo.

Os dados evidenciam um crescimento no uso da infraestrutura nacional em comparação com 2021. Na avaliação da CNI, apesar da queda de demanda em três dos sete setores de infraestrutura avaliados, todos esses segmentos acumularam variação positiva em relação ao período pré-pandemia.

Do mesmo modo, embora tenha ocorrido uma elevação considerável na procura por voos no país em 2022 – 45,2%, em relação a 2021 –, o setor aeroportuário brasileiro não recuperou o nível de atividade registrado em 2019.


“Os resultados revelam uma retomada da demanda por infraestrutura no país, após superados os principais efeitos negativos da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia. A exceção tem sido o setor aéreo que, apesar do crescimento expressivo em 2022, ainda permanece aquém do esperado” afirma o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso.


Ele ressalta que a presença de ociosidade nos aeroportos brasileiros ainda é evidente: “No mercado doméstico atingimos cerca de 80% da movimentação de passageiros registrada em 2019. A situação é ainda mais grave tendo em vista o fluxo internacional, uma vez que alcançamos apenas 65% da movimentação observada naquele período”, pontua. De acordo com o gerente-executivo, a expectativa é que o setor aéreo continue em crescimento durante esse ano, mas que a recuperação completa só ocorra em 2024.

Menos carga, mais desempenho

A movimentação de contêineres nos portos brasileiros caiu de 133 milhões para 128 milhões de toneladas entre 2021 e 2022 (-3,5%). Apesar da redução no nível de atividade, o país alcançou o segundo melhor desempenho da série histórica iniciada em 2010. 

A participação do minério de ferro, por sua vez, vem diminuindo no transporte ferroviário de cargas no país. Esse resultado é explicado tanto pela queda na movimentação dessa commodity nos últimos anos, quanto pela maior inserção da carga geral no modo ferroviário.

Segundo Wagner Cardoso, o país tem grande potencial para ampliar a oferta e melhorar a qualidade do transporte de cargas nos próximos anos. “O Brasil ainda apresenta diversos gargalos no que diz respeito à infraestrutura de transportes, mas os primeiros passos estão sendo dados. Os recém-aprovados marcos de ferrovia e cabotagem ilustram bem esses esforços”, destaca.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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