Atualmente, quem acessa o endereço egomnia.com no Brasil, encontra o site internacional, em inglês, com uma mensagem sobre o lançamento no país. Interessados também podem cadastrar um endereço de e-mail para receber novidades. Dentro de dois meses, o site chega completo, com versão móvel e desktop. Já os aplicativos para iOS (iPhone) e Android ficaram para os próximos meses.
Embora esteja sendo frequentemente comparado ao fundador do Facebook, o Egomnia lembra muito o LinkedIn. O site cria perfis profissionais para estudantes e graduados e os coloca em conexão com empresas que buscam por serviços de recrutamento para vagas. O diferencial, segundo Achilli, é uma espécie de ranking disponível no perfil do candidato com suas habilidades. A empresa que contrata o Egomnia tem direito a um software que permite organizar suas equipes e vagas.
Ao TechTudo, Achilli deu mais detalhes sobre a chegada do site ao país em um momento em que a busca por empregos e o recrutamento para grandes eventos esportivos pode alavancar novos cadastros. O fundador também contou um pouco da história do Egomnia na Itália, seu país de origem.
TechTudo: Como e quando nasceu o Egomnia?
Matthew Achilli: A ideia do Egomnia surgiu em janeiro de 2011. Eu estudava na periferia de Roma, cidade onde nasci e, junto com os meus amigos de turma, deveríamos escolher a universidade em que iríamos estudar. Um dia, uma colega chegou com um documento que mostrava a classificação das melhores faculdades da Itália. Percebi que todos os meus amigos eram influenciados na escolha de suas universidades pela posição que elas estavam nesse ranking.
Imediatamente, pensei que, se existisse uma classificação de estudantes, as empresas teriam os mesmo beneficios ao consultar os melhores candidadatos. Decidi criar um site que, usando um potente algoritmo, atribuisse um nota aos currículos, criando um ranking para ajudar no recrutamento de pessoal.
Sem dinheiro [para desenvolver], chamei um jovem desenvolvedor para fazer e a primeira versão do site foi concluída em março de 2012, quando fui transferido para Milão para estudar Economia, na Universidade de Luigi Bocconi.
TT: Qual é o tamanho da rede social hoje?
MA: Eu esperava poucos usuários no Egomnia, porque não tinha muito dinheiro para o marketing. Mas, depois de colocar o site online, a rede foi extremamente bem sucedida. Só no primeiro dia, se inscreveram mais de mil pessoas e 20 empresas. No primeiro mês, foram 15 mil e em pouco mais de dois anos, tínhamos mais de 330 mil inscritos e 800 companhias somente na Itália.
A Egomnia faturou centenas de milhares de euros [com serviços premium] o que me deu o status de mais famoso jovem empreendedor italiano do mundo, graças aos artigos da Business Insider e da BBC. Na BBC, participei do documentário "The Next Billionaires". Até o momento, mais de 100 mil pessoas fora da Itália estão pedindo acesso ao site.
TT: De onde veio o nome "Egomnia"?
MA: O nome é um neologismo latino que veio da fusão entre a palavra "ego" e "omnia", que significam "eu" e "todas as coisas". Encontrei o nome por meio do Google Tradutor, traduzindo do italiano para o latim as palavras que me vinham à mente. Queria buscar um nome próprio para a minha plataforma, como Google ou Yahoo. Egomnia é um ótimo resultado, traz com ele minhas raízes latinas.
TT: Em quais países a rede social já está funcionando?
MA: O Egomnia está presente apenas na Itália, onde já encontrou trabalho para centenas de pessoas e tem ajudado milhares a entrar em contato com as empresas. Muitas delas estão entre as maiores do mundo. Em outubro, lançaremos a plataforma mundialmente. No entanto, estamos fisicamente presentes [com escritórios] na Itália e no Brasil, com sede em São Paulo.
TT: Podemos testar o Egommia no Brasil?
MA: Por enquanto, o site é acessível apenas na Itália, devido a um posicionamento estratégico. Mas, chegaremos ao Brasil em outubro.
TT: Em que pontos o Egomnia se aproxima e se difere do Facebook?
MA: Encaro o Egomnia como uma fusão entre o Facebook e o Linkedin. Ele ajuda os jovens talentos a encontrar emprego ou estágio devido a um algoritmo potente que os coloca em contato com as melhores empresas do mundo. Apesar de focar nos jovens, a plataforma está aberta a todos.
TT: Qual é o tamanho da empresa?
MA: Temos mais de 20 funcionários e esse número continua a crescer. São milhares de pessoas sendo colocadas em contato com as empresas e centenas que têm encontrado emprego. Estamos deixando uma bela mensagem para a Itália, que está vivendo um momento de crise, e para o mundo inteiro.
TT: Quais são os planos do Egomnia no Brasil?
MA: Temos entrado em contato com algumas das mais importantes comunidades estudantis e de jovens empreendedores, com fundo de investimento e com diversas multinacionais. O objetivo é nos apresentarmos no Brasil já com alguns grandes clientes que utilizam a plataforma para atividades de recrutamento e "employer branding". Sabemos que o produto é válido e estamos seguros de que ele será apreciado pelos brasileiros.
TT: Você tem sido chamado de Mark Zuckerberg italiano. O que pensa sobre isso?
MA: A Itália é famosa no mundo pela comida e pela moda, mas não temos uma cultura digital forte. O fato de que no mundo há muita gente falando de um garoto italiano que está fazendo sucesso na Internet e no meio digital me enche de alegria e enche de alegria também os outros italianos.
Tornar-se o símbolo de uma jovem empresa italiana permite que eu seja um exemplo para muitos outros jovens que vendo a minha história de sucesso se sintam motivados e inspirados. Não vou esconder que, no futuro, gostaria de não ser famoso por ser o "Mark Zuckerberg italiano", mas para ser "Matthew Achilli, o fundador do Egomnia".
TT: Qual é a sua história profissional?
MA: Esta [o Egomnia] é a minha primeira experiência profissional. Comecei a trabalhar no Egomnia aos 19 anos. Hoje tenho 22 e o que ele é atualmente é pleno resultado do meu trabalho. A sociedade já foi avaliada em cinco milhões de euros, mas acredito que já valha muito mais.
TT: Você tem um recado para os brasileiros?
MA: O Brasil está vivendo um período de crescimento maravilhoso e é uma das metas mais desejadas no exterior. Na Itália, se fala muito sobre o Brasil. Aproveitamos esse momento para criar um sistema forte que ajuda o empreendedorismo, os investimentos estrangeiros e o trabalho. Eu vejo no Brasil um dos candidatos a estar entre as maiores potências do mundo e os brasileiros devem ter consciência disso.
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