Foto José Medeiros
Há 25 anos no papel, o projeto da construção da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) de Cáceres finalmente ganha um reforço para que seja colocado em prática até ano que vem. Uma das primeiras determinações do governador Pedro Taques (PDT), o local vai receber investimento de até R$ 70 milhões e conta com o interesse de quase 20 empresas da região.
Planejada para ser uma área de livre comércio com o exterior, a ZPE tem como objetivo principal ampliar as exportações de Mato Grosso para diversos setores. Sob os cuidados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o projeto tem ganhado força nestes primeiros cinco meses de gestão.
O secretário da pasta, Seneri Paludo, explica como será a atuação da nova ZPE e de como as empresas cadastradas irão executar o projeto, que está em sua fase inicial. “A ZPE nada mais é que um distrito industrial, onde há vários lotes, e cada lote destinado a uma empresa. Para se tornar parte, a empresa precisa fazer um aporte financeiro da associação. É como um condomínio. É necessário adquirir um terreno e, depois, pagar uma taxa mensal à administração”.
Conforme Paludo, a região onde a nova ZPE está instalada pode abrir novas fronteiras para o comércio exterior, principalmente entre os países localizados próximos ao Estado. “A ZPE está numa região que ela faz muito frente com esta Rota do Oeste, e que ela pode ser o centro de desenvolvimento e de diversificação de economia pautado muito forte com esta inter-relação com estes países andinos. Principalmente com a Bolívia”.
Sem prazos confirmados, o secretário adianta que o projeto está sendo trabalhado de forma célere, para que as obras iniciais sejam iniciadas. “O prazo legal é para que em dois anos a ZPE esteja instalada, mas estamos acelerando o processo para que fique pronto o mais rápido possível, ao menos o primeiro módulo”.
Com a atuação da Vice-Governadoria, foi anunciado que os recursos para a edificação do projeto já estão assegurados. Oriundo do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), o montante dará o ponto de partida às obras iniciais que têm previsão de começar a partir do segundo semestre deste ano.
Segundo o presidente da Administração da ZPE de Cáceres, Pedro Lacerda, o projeto de construção já está em dia, e que a expectativa é que muito em breve as obras iniciais sejam levantadas.
“Nós estamos com a autorização da receita para se implantar, só falta construir – além de aprovar o projeto de ‘pré-alfandegamento’. Que no caso, o alfandegamento se concretiza após a vistoria definitiva da receita, aí que eles dão o alfandegamento que haja ordem de funcionamento”.
O diretor comercial da ZPE, Vanderlei Reck Júnior, ressaltou o plano inicial do espaço. Com o objetivo de ampliar o livre comércio de produtos industrializados a outros países, empresas que se instalarem na Zona de Processamento devem cumprir exigências interpostas neste sentido para que possam integrar o plano.
“As empresas devem industrializar e exportar 80% de seus produtos para outros países e apenas 20% dentro do país. O Estado é um dos maiores produtores de matéria-prima, e com a construção da ZPE vamos focar na industrialização das empresas e investir para que esta prática aumente”.
Com a implantação, o Estado vai fazer uma integração com o eixo do Pacífico, o que permitirá a Mato Grosso ampliar a distribuição de seus produtos, respeitando a vocação de cada uma das regiões, além de tornar mais atrativa a instalação de novas empresas, possibilitando aumento do valor agregado de produtos.
Cerca de 20 cartas de intenção foram enviadas por empresas de diversos ramos para integrar a ZPE. Dentre as ações, está a confecção de produtos derivados da madeira e couro, entre outros.
O empresário Silvio Coutinho Neto é um dos que demonstraram interesse. Especialista na plantação de teca, o empresário afirmou sobre a importância da implantação da Zona de Processamento em Mato Grosso, uma vez que o Estado se destaca no fornecimento de matéria-prima. Para ele, este é o primeiro passo para que mais empresas se estimulem na produção.
“Nós plantamos, ao longo de 20 anos, 23 mil hectares de teca. Agora elas estão amadurecendo e estamos vendendo. Nós estamos exportando bastante. Montamos uma indústria de processamento em Cáceres, no Distrito Industrial, numa área da ZPE, e já estamos exportando bastante para a Ásia. A ideia é que, na hora em que a ZPE ficar mais estruturada, vamos pegar parte da nossa indústria e colocá-la por lá”.