Texto e foto de Valéria del Cueto
O que era mesmo?
Tantas são as emoções que está difícil firmar numa única direção. O mundo anda rápido e multi-poli-facetado, uma zona mesmo.
Tenho medo de usar esse termo.
Já contei meu problema com uma funcionária múmia que ao ouvir-me dizer que seu quadrado tumular da repartição era “uma zona” sentiu-se ofendida e, acusou-me chorosa de havê-la chamado de prostituta.
Olhei bem para seu porte, medi sua atitude (indignada) e, depois de explicar que, para mim, uma zona era apenas uma bagunça, não resisti a concluir explicando que nenhuma zona do mundo aceitaria alguém com as suas características.
Enfim, evito as zonas falsas e, quando posso e quero conhecer rapidamente uma localidade vou, aí sim, à zona.
Do Coqueiros, em Uruguaiana, Rio Grande do Sul, à Rua Bahia, em Poxoréo, Mato Grosso, para Vila Mimosa, no Rio de Janeiro, por lá passei.
O que quero explicar é que tenho um certo conhecimento prático e empírico do que é uma zona.
E, a partir dessa premissa, demostrar a medida, o peso e o volume da atual conjuntura política e social que observo no país e no mundo.
Zona é fichinha, é pinto!
Mal comparando, a coisa perdeu a noção de… de que mesmo?
É jatinho pra lá, aviãozinho representativo pra cá. Ninguém se entende nessa babel de final dos tempos. Só falta o raio. O Congresso é nossa Babilônia federal.
Precisamos de Stanislau. Ponte Preta, que falta você nos faz! Por que os elementos do novo Samba do Doido da vez estão todos aí querendo saracotear.
Vai ser mais minimalista, com rimas pobres ou inexistentes porque rimar plebiscito e reforma política com redução de gastos públicos é impossível. 39 ministros sabe-se lá de que com a inoperância da máquina pública a enta ainda consegue, usando na frase o adjetivo incompetência.
O problema é que não há segunda que combine o coro por saúde, educação, segurança com a ladainha da reforma política via plebiscito dentro do tempo musical. Perdeu o tempo? Desafinou…
Ainda mais quando nem eles mesmos se entendem, ou fingem não conhecerem as leis do país.
Só que chega uma hora que não dá mais para chamar urubu de meu loro sem passar por cego, surdo, mudo, burro e/ou puxa-saco. Isso sem contar o vai-e-vem, o disse-não-disse. O dar, não dar para a torcida o que o primeiro consultor jurídico já disse que não é constitucionalmente possível.
Eike cai, Cabral se desespera, ilhado no seu apartamento vendo os “ocupantes” do seu entorno usando seu adereço predileto, aquele famoso guardanapo na cabeça. Parlamentares voam em jatinhos da Fab, dinheiro vivo é roubado de assessores.
Aqui no Leme vai subindo a estrutura do mega-palco do Papa que virá. Um espetáculo a parte. Um gigantesco e complicado quebra cabeças com milhares de peças, como a vida…
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”, do SEM FIM… delcueto.wordpress.com