O diretor do PDT em Mato Grosso, Zeca Viana, aproveitou a entrevista à Rádio Capital para descer o malho uma vez mais em seu alvo preferido: Pedro Taques. Fez acusações duras, uma vez mais, ao falar sobre o esquema no Detran, atualmente sob investigação da Operação Bereré. Viana afirma que denunciou a empresa (na época, EIG Mercados Ltda, hoje FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação Ltda, contratada para a prestação de serviços no órgão) desde o período do governador Silval Barbosa e nada aconteceu. Depois, com Taques já eleito, a EIG Mercados continuou atuando livremente dentro do Detran, praticando desvios da ordem de R$ 1,5 milhão todos os meses, sem nenhuma ação impeditiva por parte de Taques.
De acordo com o chefe do PDT, a empresa fez alteração contratual no escritório do ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, em fevereiro de 2015. O governador Pedro Taques já estava no poder e mesmo assim foi feito um aditivo no contrato do Estado com a empresa e, em abril de 2016, novo aditivo.
“Entrei com requerimento mostrando que a empresa estava cometendo fraudes no Estado de Mato Grosso, mas aí veio o senhor governador primeiro falando que não conhecia a situação da empresa, depois veio novamente e falou que essa empresa tinha uma multa de R$ 100 milhões a receber e por isso a dificuldade de rescindir o contrato, depois mostrou o requerimento que denunciou essa empresa em 2012, quando era senador, como um governador do estado conta três versões de um assunto só?”, ataca.
Zeca Viana afirma também que pegou o contrato de 2009 e 2010 e o estudou “de trás pra frente, de frente pra trás” e em nenhum dos quatro aditivos há menção aos R$ 100 milhões de multa aludidos por Taques. Seria o contrário disso: se empresa não estiver prestando o serviço adequado ao Estado de Mato Grosso, o Estado poderia rescindir o contrato e aí a empresa sim é quem teria que pagar 5% do valor total do contrato em multa pro Estado.
“Foi onde me exaltei, porque o chefe do Executivo vir a público mentir não pega bem. Essa é a minha indignação. E eu falei: mentiu, mentiu feio e se rebaixou ao pior nível possível, era só admitir o erro e pronto, porque Pedro Taques sabia sim dessa empresa que estava sugando o Estado de Mato Grosso juntamente com Paulo Taques”, continuou.
De acordo com o Ministério Público Estadual, a EIG/FDL Serviços não tem sede física nem funcionários, nunca apresentou despesas com aluguel, energia elétrica, água, telefone, contador, impostos ou qualquer outro gasto.
O deputado foi ainda mais longe e acusou o governador de ter uma percepção muito própria do que seja desvio de conduta pública, em resposta às declarações do tucano quando no interior, chamando seus opositores de “fracassados” porque ele não “se mete em corrupção”.
“É claro que ele vai falar que não é com ele. Já falou que o roubo na Seduc não era corrupção, depois falou que a grampolândia não era corrupção, eu não sei o que é corrupção pra esse homem. É um cara que trabalhou tantos anos aplicando a lei, imagina se ele praticou esse tipo de coisa que vem fazendo como governador na época que foi procurador da República, imagina como que aconteceram os fatos lá atrás?”, encerrou.
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