Política

Wilson Santos quer investigar membros da Polícia Militar em CPI dos grampos

O vice-líder do governo, deputado Wilson Santos (PSDB), diz que sua proposta de CPI para investigar grampos telefônicos se estende a membros da Polícia Militar, supostamente identificados como beneficiários da central de escutas. O escopo incluiria desembargadores, delegados, sargento e capitão, por exemplo.

“A base governista não tem nenhum receio da CPI, estamos prontos, o governo nosso é transparente, doa a quem doer. Agora é aquela proposta de fazer uma CPI ampla, geral e totalmente irrestrita. Porque durante todo esse processo da grampolândia houve citação de que desembargadores, juízes praticaram barriga de aluguel; delegado da polícia, tenente, capitão, cabo, major, secretário do Estado, enfim. Então, se for para fazer uma CPI que seja de cabo a rabo, do início ao final”, disse.

Ontem (7), Wilson Santos apresentou um requerimento da instalação CPI travessando a articulação que vinha sendo feita pela líder da oposição, deputada Janaína Riva (MDB). A estratégia tumultuou a sessão na Assembleia Legislativa pela manhã, pois dois pedidos de CPIs foram apresentados. Janaína Riva apresentou seu requerimento após identificar que o requerimento de Santos teria nenhuma assinatura. A confusão levou parlamentares que haviam assinado as duas listas a retirar seus nomes com a alegação de manobra eleitoreira pelos deputados articuladores da investigação.

Ao fim da segunda sessão do dia, o deputado Wilson Santos comentou o assunto e considerou como “normal” o choque de pedidos e negou fez manobra para atrapalhar a instalação da comissão da oposição. “Eu fui o primeiro a me inscrever [para falar em plenário] e no pequeno expediente fiz leitura requerimento, e nós temos 11 assinaturas. Depois, de forma legítima, três deputados pediram da tribuna da Casa para retirar seus nomes. Onze menos três, oito [1/3 dos deputados, proporção mínima para apresentação do pedido]”.

O vice-líder disse que o requerimento com oito assinaturas foi repassado para a presidência da para averiguação do documento. Isso significa que a direção tem dois documentos protocolados com pedidos de instalação da comissão investigativa. Neste terça, logo após o encerramento da sessão da manhã, a deputada Janaína Riva disse que aguarda a acatamento de seu pedido e a instalação da CPI num prazo de 48 horas.

A disputa entre base e oposição está na data de início das escutas telefônicas. Santos diz que o esquema começou a ser operado em 2011, enquanto a Janaína Riva segue depoimento de envolvidos que marcar o início em 2014, ano em que Pedro Taques foi eleito ao governo de Mato Grosso. Na primeira situação, o foco das investigações se afasta do governador e engloba outros nomes, tirando a atenção do lado político dos grampos.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões