O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) diz que estuda criar relatorias secundárias na CPI da renúncia e sonegação fiscal para profundar a análise de empresas apontadas como fraudulentas do fisco estadual. As sub-relatorias seriam definidas de acordo com os setores empresariais que a comissão abrir investigação.
“Nós vamos fatiar a CPI, vamos dividi-la em várias frentes com sub-relatores nas áreas de mineração, do gado em pé, principalmente, e também no setor do agronegócio. Nós temos várias frentes, não vai ser uma CPI exclusiva dos combustíveis, do agronegócio”, disse ele em entrevista à rádio Vila Real, nesta segunda-feira (11).
O parlamentar deve apresentar o requerimento com para instalação da CPI na sessão desta terça-feira (12). Até o momento ele tem nove assinaturas de apoio à comissão e estima que chegará a 11. São necessárias oito para o requerimento seguir a diante.
O pedido de investigação foi apresentado formalmente na semana passada, em coletiva de imprensa. Wilson Santos diz que a primeira fase da CPI passará um pente-fino nos levantamentos feitos por comissões anteriores sobre o assunto, em 2014 e 2015/2016.
“As duas primeiras não produziram resultados necessários, não houve a punição de ninguém, não houve a devolução de recursos financeiros para os cofres do Estado. Nós queremos começar essa nova CPI justamente dando aos órgãos de controle para que possam apresentar os procedimentos, as medidas tomadas por provação das CPIs”.
Ele já anunciou que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) se prontificou a apresentar documentos dos procedimentos abertos após a conclusão das investigações.
Pressão
Hoje, Wilson Santos afirmou que a decisão pela CPI surgiu de uma conversa com empresário do setor de combustíveis que lhe teria dito que o setor sonega mais de R$ 100 milhões ao ano no Estado. Ele apontou ainda para suposta coerção a deputados que seria feita por “gente poderosa” no setor de negócios.
“Há certa resistência dos deputados em lidar com isso [investigação de sonegação] por é até perigoso mexer com o assunto. Nós vamos mexer com gente poderosa, com gente grossa. Com gente que sonega, e que sonega grosso”.
Ele disse ainda ter procurado o chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, para questionar a posição do governo sobre a instalação da CPI, se os deputados da base sofreriam pressão para não aderir à investigação.
“Eu falei com o secretário da Casa Civil, Mauro Carvalho, me garantiu que o governo não fará pressão nenhuma. Disse que o governo está fazendo algo semelhante, dentro do viés do Executivo”.
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