O candidato à prefeitura de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), entregou à Delegacia Fazendária documentos que acusam seu adversário Emanuel Pinheiro (PMDB) de participar de esquema de cobrança de propina. O dossiê, entregue na tarde desta segunda-feira (21), pede investigação dos processos de concessão de incentivos fiscais à empresa Caramuru Alimentos SA.
A denúncia conta com um CD com a gravação de uma conversa entre Wilson e a cunhada de Emanuel Pinheiro, a empresária Bárbara Freitas Pinheiro e o irmão do candidato Marco Polo, conhecido como Popó Pinheiro.
De acordo com Wilson Santos, o casal o procurou no dia 24 de setembro deste ano, após supostos militantes da coligação Dante de Oliveira os ameaçarem a divulgar um vídeo. O vídeo constataria o envolvimento deles e da irmã de Bárbara, Fabiola Cassia de Noronha Sampaio, no receberem R$ 4 milhões da empresa Caramuru Alimentos SA, em 2014.
“Em algum momento eu vi que a coisa era mais grave do que eu imaginava. Quando ela disse que admitia a possibilidade de ser presa. Que dos R$ 4 milhões, uma parte ficou com ela e com a irmã, que adquiriram uma cozinha industrial. E o deputado Emanuel Pinheiro tinha conhecimento de tudo”, disse Wilson Santos em coletiva. Ele ainda afirma não possuir nenhum vídeo mencionado por Bárbara.
Os R$4 milhões recebidos por Bárbara seria, referentes a um trabalho de lobby e consultoria tributária. O advogado de Wilson, José Rosa, explicou que os benefícios para o grupo Caramuru foram aprovados em 26 de agosto 2014, em período eleitoral, sem passar pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico (Cedem).
“Os indícios são fortes de que houve pagamento de propina para que fosse liberado o incentivo fiscal. Agora compete a delegacia investigar para onde esse dinheiro foi e onde ele chegou”, disse.
Confira áudio da conversa entre Wilson Santos e o casal Bárbara e Popó Pinheiro