De passagem por Belo Horizonte, Wilson Fittipaldi, um dos precursores do Brasil na Fórmula 1, junto com o irmão, o bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipalldi, relembrou os tempos em que o entorno do Mineirão foi transformado em pista de corrida. Ele seguiu para Curvelo, cujo autódromo, Cristais, abrigará uma das etapas da nova categoria do automobilismo, a Fórmula Vee, que o tem como um dos responsáveis.
Em 1970, Wilsinho, como era conhecido, recebeu convite para uma prova diferente BH. “Na época, a Federação Mineira de Automobilismo (FMA) se esforçou para que viéssemos, eu e outros corredores de São Paulo, para competir com os mineiros. Não era apenas Toninho da Mata, pois tinha também Marcelo Campos – morreu num treino na véspera –, seu irmão, Régis, Clóvis Ferreira, Kid Cabeleira”, relembrou, falando ao Estado de Minas.
O ex-piloto então surgiu na capital mineira em 1970 com um projeto experimental: um Fusca bimotor. “Eu e o Emerson ficamos sabendo que os cariocas haviam comprado carros potentes, uma Lola T70 e dois Ford GT, que eram carros bem mais potentes que os que havia no Brasil. A gente corria de Fusca 1.200. Foi quando chamei o Roberto Divila e começamos a discutir opções. Depois de um dia, propus a ele tirar todo o peso que havia num Fusca e colocar dois motores 1.600. A gente já trabalhava com esse motor. E não é que deu certo!”
Wilson – que posteriormente pilotaria uma Brabham e um Copersucar na F-1 – brigou cabeça a cabeça com o mineiro Toninho da Mata e seu temido Opala 21. No fim, o Fusca de Wilsinho teve problema de motor e Toninho venceu. Mesmo sem um autódromo, o automobilismo mineiro vivia uma fase efervescente nas pistas laterais do Mineirão. Lá foram disputadas todas as provas, sempre com transmissão ao vivo pela extinta TV Itacolomi.
Fonte: SuperEsportes