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WhatsApp é o 4º maior aplicativo da internet móvel do Brasil

Quando pediu o bloqueio do WhatsApp no Brasil, o juiz Luiz Moura Correa, do Tribunal de Justiça do Piauí, não tinha como prever a onda de críticas gerada pela decisão. A popularidade do app no país é grande, mas, como seus desenvolvedores não revelam o número de adeptos brasileiros, não é possível determinar o seu alcance. Um estudo realizado pela Ericsson e divulgado nesta quinta-feira (26) mostra, porém, a dimensão do WhatsApp no Brasil: o aplicativo é nada mais do que o quarto maior consumidor de internet móvel no país.

O comunicador instantâneo é responsável por 13% do tráfego móvel de dados. Ele faz parte de um seleto grupo responsável por enviar e receber quase 80% de tudo que é consumido na internet móvel brasileira, mostra a pesquisa. O top cinco dos apps mais "gulosos" tem ainda Facebook, responsável por 28% dos dados, Chrome (16%), YouTube (15%) e Instagram (6%).

As informações fazem parte do “Mobility Report" de 2014. Esse recorte divulgado agora foi elaborado para o Mobile Word Congress (MWC), maior feira de tecnologia móvel do mundo, que ocorre na próxima semana em Barcelona (Espanha). Para elaborar a pesquisa, a Ericsson, dona de redes de telecomunicações, monitorou o tráfego de dados de 29.336 brasileiros. Em todo o mundo, 2 bilhões de pessoas se conectam a infraestruturas construídas pela empresa.

Mania de WhatsApp
A popularidade do WhatsApp já era conhecida. Mas o que surpreende com a inclusão dele em uma lista desse gênero é que, apesar de as mensagens de voz e os vídeos terem virado mania, a função principal do aplicativo ainda é enviar texto. Esses pacotes de dados são mais leves e geram menos tráfego quando comparados a vídeos e fotos. “Se você olhar quanto tempo as pessoas gastam com Instagram, o WhatsApp ganha disparado. Ganha até do Facebook. E o uso dele é maior ainda entre os mais jovens”, explica Jesper Rhode, diretor de marketing da Ericsson na América Latina.

A estrutura do app também ajuda e explica a ausência na lista de serviços populares. Segundo Rhodes, por exemplo, “o tráfego que passa pelo Twitter é baixo”, porque o serviço “acaba sendo mais uma distribuição de links, que acaba direcionando para outros apps”. Para o executivo, a lista evidencia ainda o sucesso da estratégia de aquisições do Facebook. Dos aplicativos da empresa na lista, Instagram e WhatsApp foram comprados em transações bilionárias. “Essas decisões foram acertadas para dominar o tráfego da internet”

Vídeo
A Ericsson realizou a mesma análise em outros quatro países (Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos e México). Em todos eles, o app líder é o Facebook. Outro ponto comum são os vídeos, presentes em quase todos. O Facebook, por exemplo, contou em 2014 com uma explosão de visualização e publicação de vídeos. O YouTube é o segundo app em três dos cinco países. Na Coreia do Sul, o segundo app com maior tráfego é o Afreeca TV, que faz streaming. Nos EUA, o serviço de vídeo on-demand, Netflix, é o terceiro app que mais consome internet. Para Rhode, esse movimento é fomentado pela migração do celular para o smartphone, que possui melhor capacidade de processamento e exibição de imagens, e da busca de consumidores por pacotes de dados mais potentes e ágeis.

Cauda longa
Outro detalhe trazido pelo estudo é a concentração da internet móvel em pouquíssimos aplicativos. No países analisados, varia de 61% (EUA) a 81% (México). Citando o “guru da tecnologia”, Chris Anderson, Rhodes explica que isso pode ser explicado pela teoria da cauda longa. Ou seja, enquanto alguns poucos participantes de um mercado concentram as grandes audiências, o restante se distribui ao longo da "cauda" disputando ferozmente por cada vez menos espaço. “No começo dos aplicativos a gente foi se empolgando, mas com o tempo a gente vai filtrando. Para e pensa, ‘eu não quero tanto lixo’”, comenta. Isso faz o fluxo de dados vai se concentrando em apps mais conhecidos e notadamente de maior qualidade.

Segundo ele, o fenômeno já é observado em outros segmentos. Nos serviços de streaming de vídeo, houve uma queda na procura por filmes medianos. “Hoje ou você investe em qualidade e conteúdo ou você investe em um conteúdo segmentado.” E completa: “Vai ter muito lixo indo embora”.

Fonte: G1

Redação

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