O vereador Felipe Wellaton (PV) disse que a proposta do relator da CPI de investigação ao prefeito Emanuel Pinheiro, Adevair Cabral (PSDB), de audiência fechada, tem o objetivo de evitar desgaste político do prefeito durante a apuração.
“Não é só impressão, o objetivo mesmo do vereador é proteger o prefeito. Se as atividades do grupo continuar nessa direção, a tendência é que as decisões sejam judicializadas. Não há como acreditar nas decisões em caso de sessão secreta”, comentou.
Cabral propôs a proibição da participação da população e da imprensa durante as oitivas de convocados pela CPI para, segundo ele, evitar constrangimento de depoimento. Ele afirma que as os efeitos que podem ser gerados a partir dos depoimentos podem levar à distorção de julgamento do caso contra Pinheiro.
“O que queremos evitar que é a pessoa seja condenada antes de terminar o julgamento. E para isso os depoimentos devem ser tomados sem nenhuma situação que possa inibir as pessoas nas oitivas”, disse Cabral.
A proposta para sessões de oitiva fechadas deve ser apresentada em reunião da CPI nesta quarta-feira (6). Para Wellaton, caberá ao presidente da comissão, vereador Marcelo Bussiki (PSB) deferir ou não sobre a medida.
A CPI, que investiga crimes político partidário do prefeito Emanuel Pinheiro, foi instalada em novembro, após quase 90 dias de pedido em aberto à espera de nove assinaturas necessárias para validar o grupo.
As investigações serão baseadas em depoimentos do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) em delação premiada à PGR (Procuradoria Geral da República). Ele afirma ter distribuído mensalinhos a deputados estaduais em compra de apoio ao seu mandato (2010-2014).
Em vídeo entregue à Procuradoria, aparece Emanuel Pinheiro e outros deputados estaduais recebendo maços de dinheiro das mãos do ex-chefe gabinete de Silval, Sílvio Correa, do suposto esquema de propina.
Além de Silval Barbosa e Silvio Corrêa, deve ser convocado para depor na CPI da Câmara de Cuiabá, o ex-secretário de Indústria e Comércio, Alan Zanata, advogado de Pinheiro. Ele apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um arquivo em áudio que demonstraria fraude nos documentos apresentados por Silval Barbosa. O áudio, no entanto, teria passado por edição antes de ser protocolado no Supremo.