Após ter o seu gabinete “invadido” pelos agentes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), foi intimado para nesta quarta-feira (19), prestar depoimento na sede do Ministério Público Estadual (MPE MT), em Cuiabá. Na ocasião, ele também irá acompanhar o deslacre dos documentos e a devolução de computadores apreendidos durante a operação.
O gestor várzea-grandense é alvo da Operação Camaleão, deflagrada pelo MPE, na manhã desta terça-feira (18), por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e Gaeco.
Além do gabinete do prefeito Walace, também foram realizadas buscas e apreensões nas secretarias de Administração, Assistência Social, Saúde, Viação Obras e Turismo, Serviços Públicos e Transporte; no depósito e na sede da empresa Carneiro Carvalho, em um escritório de contabilidade e em duas residências. A operação está relacionada a contrato firmado entre a Prefeitura e a empresa Carneiro Carvalho.
O mesmo contrato em investigação, no valor de R$ 10,5 milhões, já havia sido suspenso em setembro deste ano, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), após denúncias de que a Carneiro Carvalho, seis meses antes de vencer o procedimento licitatório, alterou sua razão social, passando de uma loja de sapatos para uma construtora.
Walace reiterou que a prefeitura não se envolveu em qualquer tipo de ilicitude, já que a contratação da empresa, por meio de processo licitatório, seguiu todos os trâmites legais. O gestor esclareceu que o executivo municipal não estava ciente da mudança da razão social da empresa em questão.
“A partir do processo licitatório, cabe à prefeitura fazer as análises, mas a vida pregressa das empresas que participam dos processos no município, nós não fazemos pesquisas”, explicou o prefeito.
Na tarde de hoje, Walace explicou em coletiva à imprensa, que a empresa foi contratada para a execução de uma série de obras do munícipio, como por exemplo, readequação viária em canteiros, avenidas, entre outras.
De acordo com o peemedebista, dos quase R$ 10 milhões previstos no contrato, a empresa já teria recebido pouco mais de R$ 4 milhões.
Gabinete do prefeito de VG é alvo de Operação do Gaeco
Balanço
Na tarde de hoje, o Ministério Público divulgou um balanço sobre a Operação. Foram aprendidos dez computadores, dois notebooks e mais de 20 de caixas com documentações diversas. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.
“Todo esse material arrecadado será analisado e quem tiver responsabilidade nesse elo criminoso vai ser responsabilizado para que esse mal endêmico que é a corrupção possa sair do noticiário brasileiro”, ressaltou o coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro.
Segundo ele, as fraudes vinham sendo cometidas nas áreas de execução de contratos e em obras de edificações e reformas. Além de atestados falsos para habilitação no processo licitatório, foram verificadas irregularidades na execução dos contratos.
Após a análise dos documentos apreendidos, o MPE dará início às oitivas e interrogatórios dos investigados.