O desembargador Orlando Perri, relator da investigação sobre os grampos telefônicos no Tribunal de Justiça, disse que irá prestar informações ao ministro do STJ (Superior Tribunal Federal), Mauro Campbell, sobre as decisões tomadas a partir de março deste ano anuladas pela Corte Superior. Perri não comentou a decisão do ministro, mas afirmou que permanece na coordenação do processo.
“Sou o relator natural. Evidentemente que se houve oferecimento de denúncia, algum pedido de diligências que precisem de ordem judicial eles terão que ser feitos a mim. Não estou fora da grampolândia. Eu obedeço à decisão judicial superior, mas eu parecer eu só dou no processo”.
Na decisão publicada na semana passada, o ministro Mauro Campbell cassou os despachos e decisões autorizados pelo desembargador Orlando Perri, alegando que houve descumprimento de uma ordem anterior dada por ele na qual determina que o processo seja transferido para a primeira instância da Justiça estadual. A decisão ocorreu por causa do desmembramento do processo, que envolve ex-membros do Poder Executivo, militares e promotores de Justiça.
“Eu vou prestar as informações para o ministro e vou mostrar a minha posição. Ele pediu informações à minha pessoa e eu prestarei ao ministro. Mas, não quero comentar a decisão do ministro”.
Na mesma decisão, o ministro Campbell determinou que a investigação sobre a suposta participação de membros do Ministério Público do Estado (MPE) no caso de interceptações telefônicas ilegais seja transferida para o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges.
Conforme depoimento de três militares investigado no processo – os coronéis Zaque e Lesco e cabo Gerson Correa – alguns promotores teriam pedido, na época de operação da central de grampos, que os telefones de algumas pessoas, ligadas a suspeitos de crimes, fossem rastreados.
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