O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), disse que irá considerar o impacto de eventual afastamento do governador Pedro Taques na reta final de mandato. Ele disse que fazerá valer sua prerrogativa como presidente da Casa de colocar ou não o pedido de afastamento em votação no plenário.
“Eu vou apresentar meu voto, minha posição em plenário. Inclusive o parecer da Procuradoria, e isso já foi julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), é do presidente [do Legislativo estadual] de dar prosseguimento ou não. Se der prosseguimento, aí, sim, submete à votação dos deputados, senão apenas comunico que está sendo arquivado”.
A procuradoria legislativa apresentou na semana passada parecer favorável ao afastamento de Taques. O órgão acatou o pedido da deputada Janaína Riva (MDB), líder da oposição, com base na delação premiada do empresário Alan Malouf. A parlamentar elencou mais de dez crimes que teriam sido ou ainda estão sendo cometidos pelo governo Pedro Taques.
A maior parte deles está ligada à campanha ao governo de 2014. Segundo Malouf, Taques pedido pagamento de propinas a empresários para assumir secretarias no início de seu governo, aceitado dinheiro em caixa 2 e favorecido os doadores com assinatura de contratos regulares ou não, desde 2015.
Ontem (6), ao questionar em plenário o presidente Eduardo Botelho sobre a votação do afastamento, foi informada de que a procuradoria solicitou o comprovante de votação eleitoral neste ano para dar continuidade ao trâmite do pedido. A assessoria de Janaína Riva informou que o documento foi apresentado no mesmo dia da solicitação.
Ao fim da sessão noturna desta terça, ao ser questionado sobre a programação da entrada do pedido em pauta do plenário, Botelho disse que aguarda o prazo procuradoria para definir data.
“A procuradoria pediu [o parecer] de volta porque faltavam alguns documentos da deputada, então eu devolvei para a procuradoria. Parece que já foram apresentados [os documentos]. A decisão do presidente é de dar prosseguimento, a decisão do plenário é de se afasta ou não [o governador]. Eu vou fazer o que é de direito meu. Estou esperando o prazo.”
Botelho já disse em entrevista, quando o pedido de afastamento foi protocolado na Casa, que é contra o afastamento de Pedro Taques a dois meses para o fim do mandato. Ele disse não acreditar que crimes ainda estejam sendo cometidos no Executivo e também que a troca de governadores seria uma resposta da população a Taques, incluindo as alegações de envolvimento crimes administrativos e de caixa 2.