A estação preferida dos cariocas começa neste domingo (21) às 21h03, com promessa dos meteorologistas de ser um verão mais quente do que o normal. Além de calor, a temporada no Rio tradicionalmente é de lançamentos de modismos: como a cidade se transforma em destino preferido dos turistas, é hora de investir na abertura de novos negócios e de apostar nas tendências para a temporada. A área da gastronomia e dos esportes radicais — incluindo voos de parasail nas praias — estão entre as atividades que apresentam novidades em 2015.
No mar, como gostam os cariocas, a novidade para a temporada é o voo de parasail, um paraquedas rebocado por uma lancha, que percorre as praias de Copacabana, Ipanema e Niterói.
A ideia é de três amigos cariocas: um dentista, um administrador de hospital e um biólogo, que conheceram o esporte na Austrália. "Nós sempre curtimos esportes radicais e achamos que tinha tudo a ver o parasail com o espírito do Rio", diz Carlos Felippe Machado, um dos sócios.
A saída da lancha é da Marina da Glória e o destino depende das condições climáticas. No total, o passeio dura cerca de duas horas. A maior atração é o voo que dura 15 minutos e custa R$ 220.
"Fazemos voos com namorados, avó com neto, pais e filhos. Eles podem alcançar até 80 metros de altura e o ápice é quando a pessoa pede para encostar o pé na água, o que chamamos de 'splash'. Se ela estiver disposta a se molhar, vai se molhar", explica Machado.
Os idealizadores da nova atração da orla carioca já comemoram o sucesso do projeto. Segundo eles, as frequências dos passeios serão intensificadas durante o verão, segundo Machado. "Nós já estamos treinando um segundo piloto para ter outra lancha. Está sendo um grande susto para a gente a grande procura".
Gastronomia em alta
Os caminhões restaurantes, conhecidos como food trucks, prometem ser a sensação sem que sequer estejam estacionados na região das praias. "Eles serão a grande moda, a musa do verão carioca", afirma David Miguel, um dos organizadores do evento.
As primeiras feiras com participação dos food trucks começaram em setembro, com a Feira Planetária, na Gávea, Zona Sul. Eram apenas seis carros. Em 2015 serão 23, conta Miguel.
Calor acima da média
De acordo com os meteorologistas, o próximo verão não vai ser mais quente que o de 2014, mas isso não quer dizer que os cariocas não vão suar muito na estação. "Não se pode afirmar que será tão quente quanto 2014, o mais quente dos últimos 30 anos, mas ficará acima da média. Também será mais chuvoso, embora com certa irregularidade. É o fenômeno do El Niño, aquecendo as águas do Pacífico", afirmou ao G1 a meteorologista Aline Ribeiro.
A agenda já está lotada. Foram criados eventos no Terreirão do Samba, no Centro da cidade, e em Niterói, onde as feiras serão realizadas durante dois finais de semana ao longo do ano. Segundo Miguel, Há projetos para levar os food trucks para a Baixada Fluminense.
Escassez de chuva
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a chuva, escassa em praticamente todos os meses deste ano, deve retornar em janeiro, mas sem previsão de temporais. Já a temperatura média prevista para os últimos dias de dezembro, e para o primeiro mês do ano, será de 32.4°C, com possibilidade de dias mais quentes e temperaturas que podem chegar a 40°C. Em plena primavera, em outubro, e no início de dezembro, cariocas e turistas enfrentaram dias típicos de verão com sensação térmica de 49%.
Segurança
O esquema reforçado de policiamento na orla da Zona Sul começou ainda no inverno. A antecipação em cerca de três meses ocorreu pelo aumento do calor e do movimento nas praias cariocas, segundo a PM.
Estão sendo empregados cerca de 710 homens dos batalhões de Botafogo, Flamengo, Copacabana, Leblon e Ipanema, além do Batalhão de Choque, do Batalhão de Ações com Cães e de recrutas do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap) e do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (Bpge). A Guarda Municipal e policiais civis também reforçam o policiamento.
Além disso, uma plataforma de observação elevada está montada na Praia de Ipanema, próximo ao Arpoador. Uma aeronave do Grupamento Aeromóvel da PM equipada com câmeras envia imagens em tempo real para os policiais que coordenam a operação, direto da plataforma de observação. Esse equipamento ajuda na identificação de suspeitos e no rápido deslocamento dos policiais.
Preços surreais
Com a chegada do verão, não é só a temperatura que sobe. O movimento nas praias do Rio também começa a esquentar e, com ele, os preços cobrados nas barracas da areia e nos quioques no calçadão.
O morador do Rio resiste e procura não consumir na praia. No início do mês, ainda na primavera, o G1 percorreu alguns pontos da orla e constatou que os preços dos itens praianos já davam sinais de aumento.
A estudante Gabriella Dunga, carioca da Tijuca, na Zona Norte, disse que os preços das cadeiras já subiram. "Há 15 dias, eles estavam cobrando R$ 4 e hoje me cobraram R$ 5. É por isso que eu e minhas amigas sempre trazemos a comida de casa", disse.
No ano passado, o verão na cidade ficou conhecido a estação dos preços "surreais" e até uma página foi criada no Facebook com a proposta de boicotar os altos preços.
Quem trabalha na praia também procura opções para fugir dos preços altos nesta época do ano. O açaí com granola no copo pequeno, vendido a R$ 8, está caro, na opinião de Jony Paiva, que trabalha em um ponto de aluguel de stand-up paddle, no Posto 8, em Ipanema. Ele contou que sai da praia para comprar açaí em um copo bem maior por R$ 9,90.
Antes da alta temporada, o preço do coco verde é praticamente tabelado nos quiosques e na areia de Ipanema: R$ 5. Na altura do Posto 5, em Copacabana, antes do verão o banhista encontrava o coco por R$ 3.
Em um quiosque na altura do Posto 9, o vendedor disse que, aos domingos, o preço do coco sobe para R$ 6, para o banhista que quiser sentar nas mesas. A garrafa de água de coco de 300 ml também é vendida por R$ 5.
Fonte: G1