O deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) afirmou que a volta do ex-secretário de Estado de Cidades, Wilson Santos (PSDB), para a Assembleia Legislativa, serviu apenas para atrapalhar “o bom relacionamento” e a “boa condução” das votações na Casa de Leis.
Wilson, que se licenciou da Assembleia em novembro do ano passado, voltou ao Legislativo para a votação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo, presidida por Oscar. A aprovação realizada na sessão do último dia 26 deixou a relação dos dois parlamentares abalada.
Ao apontar eventual fragilidade nos trabalhos realizados pela CPI e defender a derrubada de uma emenda ao relatório – que reforçava a orientação pela suspensão do contrato com o consórcio responsável pela realização das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) – o tucano foi acusado por Oscar de agir com "conveniência".
“Eu acredito que a volta do Wilson só fez atrapalhar o bom relacionamento, a boa condução de tudo. De qualquer forma, o relatório seria aprovado e não iria mudar nada como foi proposto, mesmo que tivesse a emenda”, disse.
Oscar declarou que a volta de Wilson desagrega e que traz uma conotação de desrespeito, principalmente com o líder do Governo no Legislativo, o deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), que, segundo o parlamentar, foi taxado de “incompetente”.
Na sessão em que foi votado o relatório da CPI da Copa, na última quarta-feira (24), Santos defendeu com unhas e dentes o atual governo, se destacando de Dilmar. O tucano deu os encaminhamentos, orientando a base aliada a votar pela rejeição de uma emenda e pela aprovação do relatório.
“Precisou o Wilson Santos vir aqui para resolver uma questão. Questão essa que não precisava ninguém, pois já ia resolver. Então, é um jogo que não funciona, desagrega”, argumentou.
O deputado demonstrou ainda o temor de o Consórcio VLT receber cerca de R$ 300 milhões do Estado – referente as medições realizadas ainda na gestão de Silval Barbosa (PMDB) e que estariam retidos na Justiça de Mato Grosso – e desaparecer.
“Eu estou preocupado, pois o Consórcio pode receber agora R$ 300 e poucos milhões, que estavam bloqueados na Justiça, e sumir do mapa. Falar que não vai fazer a obra e cobrar um aditivo de um bilhão e meio. É um fato que pode ocorrer”, afirmou Oscar.
O relatório
O relatório foi aprovado em sessão matutina realizada na quarta-feira, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, com 16 votos favoráveis e nenhum contra. Oito parlamentares, entretanto, estavam ausentes. Um dia antes da votação ainda foi proposta uma emenda pelo deputado Mauro Savi (PSD).
O texto reforçava a recomendação de o Governo rescindir o contrato com o Consórcio, mas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) elaborou parecer pela rejeição da emenda. O posicionamento do relator, Leonardo Ribeiro (PSB), foi acompanhado pelo voto de 10 deputados e sete votos contrários.
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