Diante da seriedade do assunto, decidi reforçar e trazer à tona algo que tem inquietado a maioria de nós: o quanto estamos perdendo a capacidade de ouvir e fazer uma coisa de cada vez. O assunto surgiu durante uma aula semana passada e antes entrar nessa discussão disse aos alunos que iríamos fazer um exercício, em que metade dos alunos ficaria dentro da sala e teria que contar algo importante para a outra metade que estaria lá fora sendo instruída a disfarçar e fazer de tudo para NÃO prestar atenção no que o colega estava contando.
Observando a linguagem corporal deles, percebo o quanto sofremos quando somos ignorados. Apesar de saber que estavam participando de um exercício, o impacto ainda é grande. Logo que termina, pergunto se conseguem perceber o quanto fazemos isso o tempo todo, e o choque é imenso: olhares de culpa, vergonha e tristeza se espalham pela sala, mas agora sim estão prontos a discutirem sobre a escuta. Como já mencionei anteriormente, “…um dos maiores presentes que um coach ou alguém pode lhe dar é a atenção.
De acordo com Chade-Meng Tan, autor do livro “Busque Dentro de Você”, quando conseguimos PARAR tudo que estamos fazendo e dedicar alguns minutos a alguém, fortalecemos nossa autoestima, liderança e foco. Estar presente em um diálogo tem sido um dos grandes desafios da atualidade, telefones, emails, falta de planejamento pessoal causam uma mente inquieta e culpada. O autor ressalta que este exercício de compaixão PRECISA ser resgatado por meio de ações simples, mas que passam uma mensagem poderosa.
Quando alguém vier lhe procurar, se puder conversar, PARE TUDO, SE VIRE para a pessoa, OLHE nos seus olhos e diga quanto tempo disponível você tem. Caso contrário, informe que NESTE momento não poderá dar a atenção que a pessoa MERECE e marque quando isso será possível. E repetindo a pergunta do filho de 11 anos de uma amiga: “Mãe, você me OUVE, mas você me ESCUTAʔ”.