O ex-diretor da extinta Agecopa (Agência de Execução de Projetos da Copa de 2014), deputado federal Adilton Sachetti (PSB), disse que o projeto do VLT foi escolhido para implantação em Cuiabá e Várzea Grande sem estudos adequados de impactos social e econômico. Segundo ele, a proposta aprovada pelo governo estadual e o Ministério das Cidades não continha avaliação sobre demanda de passageiros, condições financeiras que embasassem a decisão.
“O VLT nunca deveria ser implantado. Não houve estudo aprofundado sobre a implantação que possibilitassem a decisão correta, seguro. Já tinha dito isso quando era gestor da Agecopa e desisti do cargo porque não podia fazer certas coisas que achava corretas. E fui muito criticado e cheguei a ser humilhado por isso, com pessoas dizendo que eu não gostava de Cuiabá”, disse ele entrevista à rádio Capital FM, nesta segunda-feira (21).
Sachetti afirmou que percebia indícios de fraudes no projeto e que se posicionou contra a mudança do BRT (Bus Rapid Transit) para o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). “É lógico que havia sinais de que alguma coisa estava errada na escolha, isso era evidente”, ele disse se referindo aos apontamentos feitos pela Polícia Federal na Operação Descarrilho, deflagrada no início deste mês.
A operação apura os crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese, ocorridos durante a escolha do modal VLT e sua execução na Capital de Mato Grosso.
Durante a investigação foram colhidos elementos de prova pelo MPF e pela Polícia Federal que apontam fundados indícios de acertos de propina com representantes de empresas integrantes do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, bem como desvio de recursos por intermédio de empresas subcontratadas pelo consórcio.
{relacionadas}