A Vivo anunciou nesta quarta-feira (15) durante a Futurecom 2014, que ocorre em São Paulo, sua nova aposta para carros conectados. Ainda sem nome comercial definido, o produto consiste em um módulo capaz de se conectar à maioria dos carros que já circulam no país. As informações relevantes para o condutor seriam enviadas por meio de um aplicativo para iOS e Android.
O dispositivo se conecta ao carro por meio da porta OBD (do inglês Onboard Diagnostic), que já equipa todos os carros vendidos no país desde 2010, servindo normalmente para uso mecânicos na hora da manutenção. Segundo a Vivo, há no Brasil cerca de 18 milhões de veículos já compatíveis com a tecnologia.
O módulo é pequeno, do tamanho de um carimbo, e equipa internamente uma antena GPS e um chip de conexão 3G que se comunica com a rede da operadora usando uma criptografia especial para comunicação entre máquinas. O equipamento monitora todos os componentes eletrônicos e elétricos do carro.
“Ele mede diversas variáveis, como consumo de combustível, nível de bateria e injeção eletrônica, manda tudo para a nuvem e, com o tempo, o usuário recebe tudo no celular e é capaz de fazer uma avaliação do veículo”, explica o diretor de negócios digitais da Vivo, Roberto Piazza.
O aplicativo será adaptado a partir de uma versão utilizada pela operadora O2 na Alemanha, e será capaz ainda de fazer uma avaliação dos hábitos do motorista e criar uma pontuação baseada em freadas bruscas, excesso de velocidade, horário e frequência de condução. O app permite ainda competir com os amigos em um ranking que elege quem é o motorista mais prudente.
Vários módulos podem ser usados por um mesmo condutor em diversos carros, e o app não requer que o celular seja da operadora Vivo. Além disso, será possível obter informações do carro dos filhos ou dos amigos em viagens em comboio, por exemplo. O programa permite visualizar a posição exata dos carros no mapa e até determinar limites geográficos com emissão de alertas.
Plataforma aberta
De início, somente o aplicativo da Vivo poderá tirar proveito dos dados obtidos pelo módulo, mas a comunidade de desenvolvedores poderá contribuir com ideias em breve. A plataforma é aberta, portanto só depende do interesse dos programadores para que haja outros apps que usem as informações do carro para criar novas formas de análise de desempenho e oferecer serviços.
Caso o condutor autorize, as informações do carro poderão ser enviadas a empresas que, por sua vez, podem oferecer produtos e serviços baseando-se nas necessidades do veículo. Antes mesmo do usuário saber, uma empresa poderá oferecer, por exemplo, uma bateria nova em substituição a uma que está instalada e prestes a falhar.
Disponibilização
Apesar de já anunciado, ainda vai demorar até que o módulo esteja disponível para compra nas lojas da operadora. A empresa espera oferecer o equipamento atrelado a um plano de dados para o carro, com opção de preço barata para atingir o número máximo de consumidores no primeiro ano.
Na Europa, a operadora O2 oferece o módulo e o plano de um ano por 150 euros, mas não se sabe ainda quais valores serão praticados no Brasil. “Temos um plano básico para smartphone na casa dos R$ 29,90, acho que poderemos fazer algo parecido para o plano do carro conectado”, detalha Piazza. O usuário poderá comprar quantos módulos quiser e instalar em seus carros, obtendo todas as informações no smartphone ou tablet Android ou iOS.
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