O crime ocorreu no dia 24 de fevereiro, ocasião em que o mecânico Edilson Pedroso da Silva, 28, invadiu o local na tentativa de cometer um assalto. Dois dias depois do ocorrido ele foi preso e naquela ocasião negou ter efetuado os disparos que mataram as duas vítimas.
O fato foi inclusive, atestado pelo laudo divulgado na manhã de hoje pelo delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Walfrido Franklin do Nascimento.
“O resultado do laudo de confronto balístico entre os projeteis retirados dos corpos das vítimas e fragmentos encontrados no local de crime, todos foram expelidos pelo cano da arma do policial Leandro Almeida de Souza”, disse o delegado em entrevista coletiva concedida à imprensa. Os laudos mostraram ainda, que foram efetuados cerca de 8 disparos dentro da Casa de Câmbio.
O policial Leandro responderá pelo crime de duplo homicídio. Edilson deverá responder por tentativa de assalto e por roubo, já que durante sua fuga ele roubou dois carros e uma motocicleta.
Nascimento observou, no entanto, que o laudo das imagens e de local do crime ainda não foram entregues à Polícia. “A situação pode mudar conforme esses resultados, as vezes não temos os projéteis que foram disparos pela arma do Edilson, mas pelas imagens seja possível encontrarmos novidades e que alteraria esse enquadramento legal”, observou.
Isto acontece, já que segundo confirmou o próprio delegado, a cena do crime não foi preservada. “O Leandro responde pelo crime de homicídio, contudo, ele respondeu a uma ação de tentativa de assalto. Em tese, esse policial estaria salvaguardado por uma legítima defesa”, pontuou o delegado, que disse ainda que quem dará o devido enquadramento do crime para ação penal será o Ministério Público.
Depoimentos
Segundo o delegado, até o momento já foram ouvidas 16 pessoas, entre elas o policial Leandro de Souza. Embora o laudo balístico não tenha encontrado disparos efetuados pelo mecânico Edilson, o PM Leandro de Souza assegura que o primeiro disparo partiu da arma de Edilson.
“Em depoimento ele (Leandro) afirma que quando o Edilson entrou no local e perguntou se ali emprestava dinheiro e deixou a porta aberta, ele já percebeu a má intenção e sacou a arma. Mas no entendimento dele quem atirou primeiro foi o Edilson”, explica o delegado.
Ainda em depoimento o Leandro teria tido que ele o policial Danilo teriam chegado a Casa de Câmbio cerca de 15 minutos antes do crime, o que segundo o delegado está descartado já que as imagens provam que ambos estavam no local há mais tempo.
O fato inclusive levanta suspeita de que os policiais pudessem estar fazendo a segurança da Casa. “O Leandro e o gerente da casa não confirmaram que os policiais pudessem estar ali fazendo segurança do local. Mas isso não é o foco da nossa investigação. Todo esse trabalho será encaminhado para o Comando da PM, para que eles façam a avaliação do que os policiais estariam fazendo ali. Se esses tiros foram efetuados com preparo ou despreparo e eles certamente irão adotar os procedimentos que deverão ser adotados”, finalizou Nascimento.