Uma vítima do golpe do falso depósito teve o veículo recuperado pela Polícia Judiciária Civil, no domingo (20). O automóvel Hyundai Santa Fé, preto, 2009, foi apreendido no bairro Pedra 90, em operação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), de Cuiabá, que resultou na prisão do assaltante do "Novo Cangaço", José Ronaldo dos Santos, 39, condenado a 11 anos de prisão pelo roubo a agência do banco do Brasil de Aripuanã, no ano de 2010.
O carro foi abandonado depois de fugir da ação policial, na região de chácaras, do bairro Pedra 90. O veículo acompanhava uma caminhonete Triton L 200, conduzida pelo assaltante, que também foi apreendida.
Para o delegado da Derf, Frederico Murta, o assaltante preso tem ligação com o golpe do falso depósito e acredita que o veículo era retirado da cidade quando os policiais conseguiram efetuar a prisão. "Os dois se falavam ao telefone e certamente iriam levar o carro para a Bolívia", disse.
A vítima descobriu que o carro tinha sido apreendido pelo próprio golpista com quem negociou a venda. Ela teve o veículo recuperado, mas perdeu R$ 3 mil durante as negociações com o golpista, iniciadas na sexta-feira (17).
Na segunda-feira (21), o gerente de uma rede de postos de combustíveis procurou a Derf para comunicar o golpe. Ele contou que seu patrão há 10 dias deixou o veículo para venda em um dos postos da rede, com o anúncio de "vende-se" e o telefone dele como contato.
O gerente disse que na última sexta-feira, por volta das 14 horas, recebeu ligação de um homem que se identificou como "Pedro", médico da região de Cáceres, interessado em comprar o veículo. O suposto comprador solicitou ao gerente que enviasse fotografias do veículo via aplicativo Whats App e depois de receber as fotos negociaram a venda no valor de R$ 42 mil.
O dinheiro seria depositado na conta corrente da empresa. Na manhã de sábado (18), o golpista retornou a ligar para a vítima e pediu que checasse a conta, pois havia feito o depósito. Pelo extrato da conta, constava depósito de R$ 43 mil, sem qualquer informação de bloqueio ou vinculação.
A vítima retornou a ligação para o suposto comprador e combinaram a entrega do veículo. Foi quando o golpista disse que sua "filha" havia depositado R$ 1 mil a mais e pediu para a vítima devolver a quantia no ato da entrega do carro, em um posto no bairro Pedra 90, por volta das 12 horas daquele dia.
No local, o gerente encontrou um rapaz de aproximadamente 20 anos, de camiseta branca e bermuda jeans, que se apresentou como funcionário do suposto médico, e entregou a chave, o documento do veículo e recibo de transferência em branco e R$ 1 mil em dinheiro, valor da diferença do depósito.
No domingo, o golpista enviou mensagem ao gerente pedindo para entrar em contato e quando ele ligou agradeceu pela venda e informou que veículo havia chegado em Cáceres.
Na segunda-feira (20), o próprio golpista ligou para a vítima para informá-la que havia caído no golpe e exigiu R$ 2 mil para devolver o veículo. A vítima se deu conta do golpe ao confirmar que o valor não estava liberado na conta.
Desesperada, a vítima ligou para o golpista para reaver o carro, pois teria que arcar com o prejuízo, e novamente combinou local para entregar o dinheiro e obter o veículo. No local combinado, apareceu um motoboy para quem lhe entregou um envelope com R$ 2 mil. Em seguida, conversou por telefone com o golpista que disse que o carro estaria perto do terminal rodoviário da Julio Campos, em Várzea Grande, e que a chave estaria em cima da roda dianteira.
Ao chegar o ponto informado, a vítima não conseguiu mais contato com o golpista, que depois de muito insistir o golpista atendeu e informou que o carro estava apreendido na Derf do Verdão.
O carro será periciado e devolvido ao proprietário. O procedimento será encaminhado a Delegacia Especializada de Estelionato, no prédio da 2ª Delegacia de Polícia, no Carumbé, que investiga a modalidade de estelionato.
A Polícia Civil orienta as vítimas que aguarde a confirmação do depósito durante o expediente bancário, para entrega de bens negociados via telefone e procure a Polícia Civil para denunciar o golpe, caso desconfie de algo estranho.
(Assessoria)