Impressionante como os anos passam e acabamos nos apegando às pequenas coisas. Pode reparar. Independente de como for, a nossa casa é a nossa casa. Pode viajar pra qualquer lugar, mas quando você volta, a maioria solta “ Nada como viajar, mas chegar em casa é chegar em casa.” A gente gosta tanto da casa, que quando viaja traz sempre “coisas” para enfeitar o lar. Porque mesmo numa viagem, sempre lembramos para onde vamos retornar. Quando vai para o exterior, então, parece um vício. Haja parede pra tanta recordação.
– Paiê, o que é esse cara de malvado de cabeça grande que você coloca os meus joguinhos?
– É um porta CD, Joãozinho. Eu e sua mãe compramos em Buenos Aires certa vez.
– E porque ele é tão feio e assustador?
Nas viagens a empolgação é tanta que você acaba comprando muito mais que o necessário, e muitas coisas que nem de longe são bonitas. Por causa daquela emoção. Um desejo incontrolável para não nos esquecermos daquele momento especial. Eternizar, de certa forma, aqueles segundos.
– Isso foi ideia da sua mãe. Lembro bem daquele dia. Você estava junto. Estávamos voltando do Balneário de Tigres quando compramos isso. E só tenho a agradecer. Nossa casa é cheia de histórias.
– E o que é CD papai?
O tempo passa rápido mesmo.