A funcionária do hospital São Benedito que denunciou suposto pagamento a vereadores pela cassação de Abílio Junior (PSC) prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (27). Ela disse que cada vereador receberia R$ 50 mil pelo seu voto, com a promessa de R$ 20 mil às pessoas que dessem testemunho que corroborassem a versão de quebra de decoro.
O depoimento foi prestado ao delegado da Defaz (Delegacia Especializada em Crimes Fazendários), Rafael Scatalon. A funcionária citou o nome de ao menos sete vereadores que teriam ido à casa de Juca do Guaraná (Avante) para receber pagamento.
Hoje, durante a reunião CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), alguns vereadores citados pela testemunha confirmaram estavam na casa de Juca Guaraná no período e no data (quinta-feira à noite da semana passada), mas negaram a suposta venda de votos.
O delegado deve colher documentos mencionados pela testemunha para decidir se abrirá ou não investigação ao caso.
Este é o segundo procedimento fora da Câmara de Vereadores com pedido de investigação ao testemunho da funcionária. Mais cedo, o presidente da Comissão de Ética e Decoro, Toninho de Souza (PSD), protocolou uma notícia-crime no Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), com uma cópia do vídeo do depoimento, para análise do caso.
Oitiva
A informação sobre suposta venda de votos foi revelada em oitiva nesta terça-feira (26) no processo que analisa a quebra de decoro do vereador Abílio Junior. A mulher, funcionária do hospital São Benedito, foi arrolada como testemunha de acusação pelo diretor do hospital, Ozéas Machado, autor do pedido de cassação. Ela disse ter ido à casa do vereador Juca do Guaraná (Avante), na semana passada, para receber orientação sobre o depoimento que daria hoje.
Na ocasião, ela disse ver alguns vereadores receber dinheiro do suposto acordo e ter ouvido que vídeos desses encontros estavam sendo gravados. As informações são do vereador Abílio Junior, que acompanhou a oitiva.O vereador é investigado pela Comissão de Ética e Decoro sob a justificativa de envolvimento em polêmicas com colegas de Casa.
O presidente da Comissão de Ética, Toninho de Souza (PSD), confirmou que o depoimento da testemunha revela fatos que extrapolam o âmbito investigativo da Câmara, mas se absteve de detalhes do que foi narrado.
“Eu preciso que vocês entendam que o meu papel não é fazer julgamento subjetivo e nem falar do conteúdo da denúncia, isso quem faz é o Ministério Público. Então, nós vamos protocolar uma notícia-crime lá no Ministério Público com uma cópia do vídeo do depoimento da testemunha”.
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