Cidades

Vereadores adiam votação de afastamento de Paccola

A votação do pedido de afastamento do vereador Marcos Paccola (Republicanos), que matou o agente penitenciário Alexandre Miyagawa, no dia 1° deste mês, foi adiada devido a um requerimento apresentado pelo parlamentar Sargento Vidal (Pros). A votação do afastamento deveria ter ocorrido na manhã desta quinta-feira (14).

Vidal apresentou um requerimento para que o pedido de afastamento seja encaminhado para a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) analisar. Somente após um parecer da comissão, os parlamentares devem tomar a decisão pelo afastamento temporário ou não de Marcos Paccola.

O tema foi para a votação em plenário, nesta quinta-feira (14). Os vereadores decidiram por 15 a 7 levar o pedido para a análise da comissão.

A votação do afastamento só deve acontecer na volta do recesso da Câmara Municipal, no dia 2 de agosto, já que a última sessão deste semestre foi realizada nesta quinta.

O vereador Marcos Paccola foi contrário ao requerimento e votou para que o pedido de afastamento fosse votado na sessão desta quinta. O parlamentar não foi a favor do adiamento e disse que mantém a defesa do ato dele no dia da morte do agente penitenciário.

"Eu tinha, sim, o interesse em colocar para votar porque eu não estou aqui querendo que haja proteção ou qualquer tipo de ajuda e apoio dos parlamentares. Quero que seja feita a justiça, analisando todos os fatos. Ontem fui surpreendido pela decisão do Tribunal de Justiça da busca e apreensão dos telefones, entendi o motivo pelo qual o Judiciário autorizou, apesar de não entender as justificativas do Ministério Público", disse.

Apreensão dos celulares

Vereador Marcos Paccola disse que mantém a defesa do ato no dia da morte do agente penitenciário — Foto: Câmara de Cuiabá
Vereador Marcos Paccola disse que mantém a defesa do ato no dia da morte do agente penitenciário — Foto: Câmara de Cuiabá

 

O Tribunal de Justiça (TJMT) acolheu parcialmente, nessa quarta-feira (13), um pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPE) e determinou a apreensão de todos os aparelhos celulares do vereador.

A defesa de Paccola disse que a medida faz parte da investigação.

Na mesma decisão, o juiz negou o pedido do MP para prisão preventiva do vereador. O mandado de busca foi cumprido na residência de Marcos Paccola, tendo sido apreendidos dois aparelhos celulares.

Para fundamentar o pedido de prisão, os promotores de Justiça destacaram que o vereador é réu em uma ação penal após ter sido denunciado por envolvimento em organização criminosa que operacionalizou fraude nos registros da Polícia Militar e em certificados de registros de arma de fogo.

Os promotores disseram ainda que há a existência de evidências que apontam para a intenção de autopromoção. Enfatizaram que o uso político do episódio encontrou amparo nas manifestações públicas do investigado.

Entenda o caso

Alexandre Miyagawa, de 41 anos, morreu no dia 1° de julho em Cuiabá — Foto: Reprodução
Alexandre Miyagawa, de 41 anos, morreu no dia 1° de julho em Cuiabá — Foto: Reprodução

 

O agente de segurança socioeducativo, Alexandre Miyagawa, de 41 anos, morreu no dia 1° de julho, após ser atingido por tiros disparados pelo vereador Marcos Paccola.

Paccola disse que estava passando pelo local e que foi informado que havia um homem armado ameaçando populares e que iria matar uma mulher. O parlamentar disse ainda que chegou a dar voz de prisão ao agente, mas que ele teria reagido.

O vereador disse também que Alexandre estava com uma arma na mão.

Câmeras de segurança de um estabelecimento próximo mostram o momento em que o vereador atira em Alexandre.

Em um primeiro momento, é possível ver uma discussão entre a namorada do agente penitenciário com pessoas que estavam em uma distribuidora que fica na esquina da rua Presidente Arthur Bernardes, no Bairro Quilombo, em Cuiabá.

Novas imagens mostram Paccola atirando nas costas do agente Alexandre  — Foto: Reprodução
Novas imagens mostram Paccola atirando nas costas do agente Alexandre — Foto: Reprodução

 

As imagens mostram o vereador na esquina do estabelecimento, conversando com as pessoas do local, para entender o que estava acontecendo.

Logo depois de ver o casal, ele corre e atira nas costas de Alexandre. As imagens mostram o momento exato quando o agente cai no chão após os disparos.

 

Pedido de afastamento e cassação

Vereador Paccola mata homem no centro de Cuiabá — Foto: Matheus Maurício
Vereador Paccola mata homem no centro de Cuiabá — Foto: Matheus Maurício

 

A Câmara dos Vereadores recebeu, no dia 4 deste mês, um pedido de cassação por quebra de decoro do vereador. Segundo a representação, o parlamentar também deveria ser afastado imediatamentedo cargo.

O pedido foi feito pela vereadora Edna Sampaio (PT). Em uma reunião realizada pela Comissão de Ética da Câmara dos Vereadores, o assunto da morte do agente penitenciário entrou em pauta.

Com isso, a comissão anunciou que pediu as imagens das câmeras de segurança do fato para a Polícia Civil.

Em defesa, o vereador Marcos Paccola disse que tem a certeza de que o procedimento foi feito de forma correta e que confia nas investigações da polícia.

"É triste demais a minha posição. Imagine tirar a vida de um colega de profissão em uma situação que eu realmente não gostaria de estar passando, mas fiz na certeza de ter feito o procedimento da forma correta. Na distância que eu estava, eu não poderia deixar aquilo ali. E a partir do momento em que eu decidi intervir, fiz o procedimento que treinei", disse.

Redação

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