Após conquistar apenas a suplência na disputa dos primeiros pleitos de sua carreira política, o vereador Júlio Pinheiro (PTB), que faleceu na noite desta segunda-feira em Cuiabá (MT) vítima de infecção, chegou a ocupar por várias vezes a Prefeitura de Cuiabá nas administrações de Wilson Santos (PSDB) e Mauro Mendes (PMDB). Nesses períodos tomou medidas bastante impopulares, a exemplo da concessão da Sanecap e a exoneração de mais de 400 servidores em cargos de confiança.
Em fevereiro de 2011 Pinheiro, na presidência da Câmara, foi taxativo ao reafirmar sua posição contrária à privatização da Sanecap e sua apreensão com o quadro financeiro da empresa. Porém, em julho do mesmo ano, já como prefeito interino em substituição a Chico Galindo, do mesmo partido, afirmo em artigo ter a de que a aprovação do projeto da Agência Reguladora seria motivo de “muita comemoração nos próximos anos”.
Assim que assinou a concessão do saneamento, Júlio Pinheiro foi alvo muitas críticas, mas as mais duras partiram do então presidente da Agecopa, Eder Moraes. “Em treze dias à frente da Prefeitura de Cuiabá, o senhor Júlio Pinheiro virou um tumor… Hoje ele é um câncer para a população cuiabana. Aprovou uma lei, na surdina, que vai contra os servidores da Sanecap e contra os interesses da sociedade", atacou Moraes, que por ironia do destino foi parar no Centro de Ressocialização de Cuiabá, com direito a tornozeleira, por envolvimento em denúncias de corrupção.
Já em janeiro de 2015, nas férias do prefeito Mauro Mendes, Pinheiro exonerou 426 servidores comissionados do Palácio Alencastro sob a alegação de que as demissões faziam parte de uma reforma administrativa. Pinheiro estava sendo investigado por suposta irregularidade na aprovação de três leis que suplementaram, em 2012, R$ 365 milhões para a prefeitura de Cuiabá.