Preso nesta quarta-feira (4), em Sinop (500 km de Cuiabá-MT), por suspeita de envolvimento com um esquema de contrabando de agrotóxicos, o vereador Toninho Bernardes foi apontado pela Polícia Federal como responsável por comercializar e distribuir os produtos defensivos agrícolas na região norte de Mato Grosso.
A detenção do parlamentar faz parte dos trabalhos da Operação Terra Envenenada. Além do político, oito empresários suspeitos de participação no grupo criminoso foram alvos de mandados de prisão preventiva. Uma pessoa está foragida até o momento.
Outras 15 ordens de busca foram cumpridas pelos agentes federais na força tarefa. A PF apreendeu veículos, dinheiro, telefones celulares e parte dos produtos contrabandeados. Os defensivos agrícolas são oriundos da China e do Paraguai.
A operação foi realizada nas cidades de Sinop, Sorriso, Feliz Natal, São Paulo–SP, Campo Grande–MS e Terra Roxa–PR.
Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o delegado Rodrigo Martins explicou que Toninho ficará recluso em uma cela própria por cinco dias e que a Justiça Federal vai decidir, posteriormente, se prorrogará a prisão.
O responsável pelas investigações disse também que os demais investigados estariam utilizando os seus negócios próprios para lavar dinheiro proveniente da importação irregular dos agrotóxicos. “São empresários com boas condições financeiras, mas que não estão envolvidos na política. Possuem negócios para disfarçar o crime de contrabando”.
Conforme o trabalho investigativo, o esquema criminoso movimentou ‘centenas de milhares de reais’.
Força tarefa
A investigação originou-se da análise do material e depoimentos colhidos na primeira fase da operação, quando foi desmantelada organização criminosa e apreendida mais de uma tonelada de agroquímicos contrabandeados ou adulterados.
Desde essa etapa inicial, a Polícia Federal intensificou as investigações e identificou grandes grupos de fornecedores regionais e nacionais, cujos líderes e integrantes foram presos nesta data. Foram apreendidos documentos e materiais de interesse para investigação, agrotóxicos, além de armas irregulares.
Os investigados responderão por comercialização e transporte de agroquímicos de uso proscrito (artigo 15 da Lei n° 7.802/89), constituição de organização criminosa (artigo 2° da Lei n° 12.850/2013), lavagem de dinheiro e outros crimes que vierem a ser descobertos.
As penas variam de 2 (dois) a 10 (dez) anos de reclusão.
Outro lado
A assessoria do vereador Toninho Bernardes informou que não vai se manifestar sobre o caso neste momento porque o processo contra o parlamentar está tramitando em segredo de justiça.
(com colaboração da jornalista Mayla Miranda)