Após o Hospital do Câncer procurar o Ministério Público Federal (MPF), o governo do Estado e a bancada federal devem se alinhar para fazer o pagamento de uma emenda parlamentar na ordem de R$ 13,8 milhões que está disponível no caixa do governo desde o mês de junho e até o momento não foi distribuída às unidades de saúde filantrópicas do Estado.
De acordo com o processo do MPF, a Secretaria de Estado de Saúde SES/MT informou que os recursos foram recebidos, porém não teria ocorrido indicação oficial quanto à sua destinação. De acordo com o governo, seria necessário que a bancada que destinou tal recurso oficializasse a secretaria quanto à possível distribuição dos recursos, indicando quais as entidades seriam beneficiadas e qual valor exato a ser repassado a cada uma delas.
Além do Hospital do Câncer, também deveriam receber recursos o Hospital Santa Helena, Hospital Geral e também o Hospital São Luiz de Cáceres. Os recursos, segundo o Estado, estão disponíveis para repasse. O líder da bancada, deputado federal Neri Geller (Progressistas), informou que não houve erro da bancada e sim que o governo não havia ainda repassado os recursos aos hospitais.
O deputado Dr. Leonardo (SD), que participou da reunião com o governo e o MPF para alinhar os repasses, diz que agora a situação deve ser resolvida entre o executivo estadual e a prefeitura, uma vez que para que o dinheiro chegue até as unidades deve se passar pela gestão municipal. “Estamos trabalhando para que isso seja resolvido o quanto antes. No Hospital do Câncer, por exemplo, a UTI pediátrica continua fechada esperando esses recursos”.
Obstáculos
O maior entrave seria o receio dos gestores dos hospitais quanto à relação do atual governador Mauro Mendes (DEM) com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Outro ponto seria a destinação dos recursos, já que o dinheiro que cai no caixa da prefeitura e não é carimbado. “Nós percebemos que tem todo essa receio por parte dos hospitais, mas o Ministério Público Federal deixou claro que vai acompanhar a partir de agora até que o dinheiro chegue aos destinatários”, disse Dr. Leonardo.
Quanto à relação dos dois gestores, o deputado disse que espera maturidade de ambos. “É uma questão de saúde e dinheiro público, esperamos que essa rixa política não influencie na gestão de nenhum dos dois, porque seria muito prejudicial para a população”.