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Venezuelanos participam de jornada de alistamento convocada por Maduro em meio à tensão com EUA

Centenas de venezuelanos compareceram no sábado, 23, a praças e quartéis do país em resposta ao chamado do ditador Nicolás Maduro para se alistar e contribuir com tarefas de segurança. O objetivo, segundo o chavista, é fortalecer a resposta diante de ameaças externas, em meio ao aumento da tensão com os Estados Unidos.

“Convoco todos os milicianos e todo o povo que queira se alistar”, declarou Maduro em sua convocação para a jornada, “para dizer ao imperialismo: basta dessas ameaças”.

O chamado do governo sul-americano ocorre em meio à expectativa sobre a movimentação de três navios de guerra dos Estados Unidos em direção ao Caribe para combater o narcotráfico na região, segundo informou o governo de Donald Trump.

Ainda não há uma data confirmada para a chegada dessas embarcações às costas venezuelanas. Embora fontes americanas tenham indicado que isso poderia levar meses, há expectativa nos Estados Unidos de que possam chegar antes, possivelmente nos próximos dias.

No início de agosto, os Estados Unidos dobraram para 50 milhões de dólares a recompensa pela captura de Maduro, acusado formalmente pela Justiça americana por narcoterrorismo.

Além disso, anunciaram a apreensão de 700 milhões de dólares em bens ligados ao governo venezuelano, medidas que intensificaram a tensão entre os dois países.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimiro Padrino, afirmou no sábado, em coletiva de imprensa, que o alistamento é uma ação “eminentemente popular” e “voluntária”, de “rejeição às agressões imperialistas”. Ele destacou que as diferenças com os Estados Unidos não são novas.

A ditadura venezuelana adotou medidas como a proibição do sobrevoo de drones por um mês. Também buscou apoio de países vizinhos, como os que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA). A entidade condenou o envio de navios ao Caribe, classificando-o como uma “ameaça à paz e à estabilidade da região”. O bloco é formado por oito países, entre eles Cuba e Nicarágua.

Na quinta-feira, Maduro oficializou a incorporação de 4,5 milhões de milicianos às tarefas de segurança cidadã em diversas comunidades do país para “fortalecer a capacidade logística e organizativa necessária para garantir a segurança e a defesa do território nacional”.

As milícias foram criadas na Venezuela pelo falecido Hugo Chávez (1999-2013) para integrar cidadãos voluntários às Forças Armadas na defesa contra ataques externos e internos. Elas recebem treinamento militar e participam de exercícios militares frequentes.

Estima-se que as Forças Armadas regulares do país contem com cerca de 200 mil integrantes.

Estadão Conteudo

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