Cidades

Venezuelanos chegam em Mato Grosso para trabalhar em cozinhas de fazendas

Quatro migrantes venezuelanos desembarcaram neste final de semana em Cuiabá, para iniciar uma nova fase no Brasil, a partir de uma oportunidade de trabalho. Eles estavam abrigados em centros de acolhimento, juntamente com suas famílias em Boa Vista (RR), e foram contratados para trabalhar como cozinheiros e oficiais de cozinha em duas unidades de produção agrícola na região. Três venezuelanos vão para a cidade de Campo Novo do Parecis, próximo a Tangará da Serra, e um venezuelano segue para o município de Nova Mutum, a 242 km da capital. A viagem de Roraima para Cuiabá foi realizada pela força-tarefa humanitária da Operação Acolhida.

A oportunidade de emprego surgiu a partir de uma parceria entre a Sodexo On-site, que abriu o processo seletivo em Roraima, e a Associação de Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil), que acompanhou as entrevistas dos venezuelanos e viabilizou a interiorização do grupo para Mato Grosso, através do projeto Acolhidos por meio do trabalho.

No primeiro mês, os novos contratados ficarão acomodados em alojamento equipado no interior da própria fazenda onde irão trabalhar. No próximo mês, os familiares também serão interiorizados para Mato Grosso, totalizando 12 pessoas. Eles serão acomodados em uma residência temporária por um período de três meses, garantida pelo projeto. As famílias irão contar com o acompanhamento de um assistente social para apoiá-las na integração com a comunidade local durante esse período.

Para a gerente do Acolhidos por meio do trabalho, Thais Braga, o projeto garante proteção e amparo neste momento de transição, garantindo tranquilidade para a empresa contratante e para o novo colaborador.

Todos os novos contratados começam as atividades já no início de outubro. Eles já concluíram todas as etapas do processo seletivo e estão com as documentações e vacinas em dia. Em Cuiabá, eles também já passaram por exames da Covid-19.

Crise na Venezuela

A Venezuela enfrenta uma intensa situação política, econômica e social, que foi reconhecida pela comunidade internacional como uma crise humanitária. Como resultado dessa crise, desde 2018 milhares de venezuelanos fugiram pela fronteira brasileira em busca de abrigo, gerando pressões sociais e econômicas no estado de Roraima, especialmente nas cidades de Boa Vista e Pacaraima. Segundo dados da Operação Acolhida, mais de 800 mil atendimentos foram realizados na fronteira entre Brasil e Venezuela desde o início da crise. Desse número, 264 mil refugiados e migrantes venezuelanos solicitaram regularização migratória no Brasil. O Comitê Nacional para Refugiados (Conare) já reconheceu 46 mil venezuelanos como refugiados no Brasil – a maior população com este perfil na América Latina, segundo o ACNUR.

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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