Desde o início da onda de manifestações, mais de 23 pessoas morreram e pelo menos 260 ficaram feridas. Os manifestantes pedem medidas econômicas eficazes contra a escassez de alimentos e a alta da inflação, e a favor da segurança pública e pela libertação de presos nas manifestações, a exemplo do opositor Leopoldo López, detido desde 18 de fevereiro.
O governo abriu o diálogo com setores da sociedade e políticos, mas parte do movimento estudantil e da oposição se negam a conversar sem que o governo garanta o direito às manifestações, libere estudantes e políticos detidos e estabeleça uma "agenda de conversação".
A oposição acusa o governo de reprimir os protestos de forma violenta. Por sua vez, o governo diz que não agiu com repressão e que somente está preservando a ordem pública, devido ao vandalismo de grupos. Nesse período, alguns grupos têm destruído o patrimônio público e mantido bloqueios em diversas vias, com as chamadas guarimbas (barreiras montadas com entulhos, lixo e fogueiras).
O presidente da Federação de Centros Estudantis da Universidade Simon Bolívar (USB), Daniel Hernández, declarou à imprensa local que os estudantes continuarão nas ruas até que solucionem suas demandas. O movimento estudantil opositor diz que marcha hoje pelos manifestantes mortos.
Hoje, o metrô de Caracas teve sete estações fechadas por segurança, segundo o governo. Também há manifestações em outras cidades, como Valencia, Maracaíbo, San Cristóbal, Mérida, Maracay, Maturín e Barquisimeto. De acordo com o governo, os focos de manifestação representam uma minoria no país. Segundo pesquisa divulgada pela TV multiestatal Telesur, 80% da população não está participando dos protestos.
A marcha que apoia o governo, em Caracas, tem a participação do ministro da Juventude, Victor Clark. Nos mobilizamos com nossa alegria, bandeiras e ideias, mas com força, para garantir que a rua seja um espaço para reafirmar o respeito à democracia que estamos construindo com o povo, declarou.
Agencia Brasil