Mulher islâmica usa um burkini para surfar em praia da Califórnia, nos EUA (Foto: Chris Carlson/AP/Arquivo)
A polêmica provocada pela proibição do burkini em algumas cidades francesas contribuiu para aumentar as vendas deste traje de banho islâmico, afirmou nesta terça-feira (23) sua criadora australiana, Aheada Zanetti.
Zanetti, de 48 anos, afirmou que normalmente recebe entre 10 e 12 pedidos aos domingos. "Neste domingo, recebemos 60 pedidos on-line, todos de pessoas não muçulmanas. É uma loucura", afirmou.
Zanetti, de origem libanesa, explicou ter criado o burkini há mais de 10 anos em Sydney, concebendo-o como um objeto de integração para que as mulheres muçulmanas praticantes possam aproveitar plenamente os prazeres da praia.
"Muitas pessoas que me escreveram eram mulheres que tiveram câncer de mama e me explicaram que sempre buscaram algo assim", disse Zanetti.
A estilista diz ter sido a primeira a elaborar um traje de duas peças capaz de cobrir a cabeça de forma integral. Atualmente, existem vários fabricantes de trajes de banho islâmicos, mas Zanetti registrou as marcas "burkini" e "burqini".
Zanetti disse não poder informar o número de pedidos feitos na semana passada, mas afirmou ter recebido diversas mensagens de apoio desde que vários municípios do litoral francês decidiram vetar este traje nas praias.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, já deu seu apoio aos prefeitos, majoritariamente de direita, que emitiram as ordens de proibição.
Fonte: G1