“Nós não podemos ser escravos senão da Lei, por que é a única soberana e absoluta que conhecemos”. Aristides César E. Zama (2004), ´In: “O Clero no Parlamento Brasileiro”. 23/02/l891, t. III).
Baseando-me, especialmente em norma de memória, ou seja, depoimentos e imagens como marcador de informações sobre o passado da civilização brasileira. Apontaremos a presença do cidadão negro, respeitável, elegante, participante das atividades produtivas, sensato, inteligente e agregador.
Rodrigo Pedro Lemos Arcanjo, médico veterinário, formado pela Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT, pontuou “sempre estudei em escola pública, somente os dois últimos anos em escola particular, porém, com bolsa de estudo. (…) ser homem negro para mim é ser como qualquer outro, não tenho que me sentir diferenciado por causa da cor de minha pele. Houve momentos em que ser negro no passado era sinônimo de sofrimento, por causa das grandes injúrias cometidas contra o povo de pele ‘brunida’. Porém, hoje, esse tal de racismo é tão criminalizado que se tornou algo negativo praticá-lo. Seria hipocrisia falar que este preconceito não existe. Meus pais me relatam os momentos em que se sentiram discriminados pela cor de vossa pele. Mas, eu, quando ingressei no ambiente escolar, me propus que haveria em meu mundo: um ambiente sem hostilidade e com sensatez; com um olhar de ser humano para o ser humano. Se ‘existe’ o preconceito de cor de pele, ele está velado no outro, e, não em minha postura, pois eu me sinto nobre de ser um homem negro. (ARCANJO: 22/10/2014).”
Sempre foi muito agradável trabalhar com cidadão negro, eles sempre são mais esperançosos, são confiantes, e acreditam muito em suas ações.
O cidadão de pele diferenciada cotidianamente contribui imensamente para o Brasil nação, ainda mais e mais para que possamos tornar um País com mais igualdade social.
Haja vista que não existe um cidadão negro envolvido no processo dos ‘caixas´ ilícitos que envolve alguns políticos brasileiros.
No cenário político atual não surgiu graças a DEUS nem um descendente de negro contanto moedas nacionais ou internacionais ilícitas.
A população negra sobrevive do suor do seu trabalho, esta postura exemplar do negro deverá ser seguida.
O ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal-STF, Joaquim Barbosa: “Minha vida é de muita luta, algumas vezes em ambientes hostis. Sou um sujeito que nunca pediu nada a ninguém, nunca me curvei e tive muita sorte” (BARBOSA, O triunfo da Justiça. Entrevista: MARQUES, Hugo e DINIZ Laura. VEJA/Ed. Abril. Ed.2290- Ano 45, N°41.10/11/2012: 68-74).
Em entrevista para autora o Deputado Federal/auditor/Jornalista, Gilson Duarte de Barros -GDB, em l980, sentia-se orgulhoso por ter tido familiares de raça negra, “minha Avô era uma costureira, inclusive descendente da raça negra, com muita satisfação para mim (…) é uma negra que enobrece a nossa origem”.
Cidadãos quando adentrarem: Tribunal de Justiça-TJ, (refletiam sobre as imagens) Tribunal de Contas/TCE, Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores e outros órgãos. Cadê igualdade? Há de considerar que as imagens é mais um documento para informar o leitor, propiciando uma nova visão do mundo globalizado. Necessita haver mais presença dos gêneros.
Conforme o ex-ministro Barbosa,2011, diz “O sistema penal brasileiro pune – e muito (…) principalmente os negros, os pobres as minorias em geral (…). O foro privilegiado, como o nome já se diz, reflete bem essa distinção cruel que não deveria existir”. Ministro Joaquim Barbosa, em entrevista para Hugo Marques (Veja,15/6/2011).
Sejamos céleres para refletir e questionar sobre o número de negros que ocupam os cargos nos Três Poderes. É lamentável e inquietante a discriminação. Vamos nos unir e entrelaçar as mãos, assim tornar gigante frente ao mundo.
Graci Ourives de Miranda – professora Português/literaturas: Língua Portuguesa e inglês/literatura inglesa. Formação: UFMT. Especialização/ História Social-UFMT. Escritora. <go.miranda@uol.com.br>