Os destroços do avião que caiu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) chegaram na noite desta segunda-feira (23) ao porto de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. Eles foram transportados em uma balsa por 50 km desde Paraty, local da queda, e serão levados em uma carreta para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Aeroporto Galeão) no Rio de Janeiro, onde vão passar por uma perícia, feita pela Aeronáutica. O Circuito Mato Grosso teve acesso a fotos exclusivas dos destroços.
Todos os passageiros que estavam no avião morreram: Teori Zavascki, Ministro do STF, Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, empresário, Osmar Rodrigues, piloto do avião, Maira Lidiane Panas Helatczuk, massoterapeuta de Filgueiras e Maria Ilda Panas, mãe de Maira, ambas de Juína (MT).
A retirada do bimotor foi concluída por uma firma especializada neste tipo de serviço, contratada pelo Grupo Emiliano, proprietário da aeronave. Homens da Marinha e da Aeronáutica acompanharam o trabalho, que começou na noite de domingo (22). Os militares chegaram a tentar fazer a retirada da aeronave até o sábado, mas decidiram que a remoção deveria ser feita pelos donos do bimotor.
"De ontem para hoje a gente verificou que a situação era mais complexa do que a gente estava imaginando e ia requerer ações de alguém especializado nesse tipo de resgate no mar. E isso gera custos, que pela lei são responsabilidade do explorador da aeronave", explicou no sábado o tenente-coronel Edson Amorim Bezerra. O plano de remoção da empresa foi avaliado e aprovado pelos militares.
Caixa-preta
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Aeronáutica, disse nesta segunda que a caixa-preta do avião tem danos. A Força Aérea Brasileira (FAB), no entanto, ressaltou que a caixa-preta é dividida em duas partes, e a que contém o gravador de voz é "altamente protegida".
Ainda de acordo com a FAB, é a parte chamada de base" – que contém cabos e circuitos que fazem a ligação com os dados armazenados – que foi danificada no contato com a água do mar.
A aeronave caiu no mar quando chegava a Paraty (RJ). Todas as cinco pessoas a bordo morreram. A caixa-preta, que contém o gravador de voz, está em Brasília desde o último sábado (21). Como ficou debaixo da água, o aparelho deve passar, num primeiro momento, por uma espécie de forno, para ser seco.
Depois, o Cenipa começa a fazer a degravação das conversas do piloto durante o voo. A Aeronáutica não informou, até a última atualização desta reportagem, se já identificou algum registro de voz no gravador ou se o contato com a água do mar danificou os registros.
A intenção do Cenipa é tentar descobrir o que o piloto falou com a torre, com outras aeronaves e na cabine. O equipamento pode ser fundamental para esclarecer o que provocou a queda do avião.
Os destroços da aeronave, que foram içados do mar, serão levados para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Aeroporto Galeão) no Rio de Janeiro, onde vão passar por uma perícia, feita pela Aeronáutica.
O Cenipa vai analisar também o GPS do avião. O aparelho, ao contrário do gravador de voz, não tinha proteção específica. Se tiver sido danificado, poderá ser enviado para os Estados Unidos numa tentativa de resgatar os dados.