Cidades

Várzea Grande: município antes desenvolvimentista agora decadente

 
Com dívida acumulada de quase meio bilhão de reais e com menos de 15% da população pagando impostos, o prefeito Wallace Guimarães (PMDB) foi empossado em 1º de janeiro com um quadro nada animador: atraso na folha de pagamento, greve de servidores, inadimplência altíssima e sem poder contrair empréstimos por ter atingido o índice maior no grau de endividamento, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal.
 
Guimarães se queixa das administrações anteriores pelo descaso total com a malha viária da cidade e do endividamento do município. “Há oito anos que Várzea Grande não vinha fazendo nem tapa-buraco”, justificou. Relata Guimarães que o Consórcio do VLT e a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) só agora estão fazendo compensações.
 
O prefeito reclama das denúncias feitas por parte dos adversários e até da imprensa local e se diz alvo de perseguições na Câmara e por parte de antigos políticos do município. "O que está tentando prevalecer na cidade é um denuncismo vazio do coronel Taborelli, que é um vereador e hoje se confunde com coronel e trata o cidadão várzea-grandense com desrespeito. Na verdade, ele não trabalha, não faz um projeto, uma indicação e fica só denunciando", relatou à imprensa. Guimarães conta com a maioria da Câmara Municipal, tendo apenas uma voz de discordância, o que significa que qualquer projeto enviado à apreciação seria, em tese, aprovado quase que por unanimidade. 
 
Wallace também vem sendo alvo do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Recentemente o Pleno homologou medida cautelar de autoria do conselheiro substituto Luiz Henrique Lima determinando que a Prefeitura de Várzea Grande não prorrogue o contrato n° 17/2013 de locação de veículos leves, caminhonetes e motocicletas. 
 
O contrato foi firmado com a empresa Ribeiro Serviços e Locações Ltda com dispensa de licitação. Segundo o relator, o contrato mencionava a locação de 45 veículos para atendimento das secretarias municipais e, após verificação, ficou constatado que a empresa possuía apenas um veículo. Luiz Henrique explica que de acordo com a Lei de Licitações, serviço de natureza contínua deve ser objeto de licitação e “a emergência pode se justificar uma única vez, depois disso, deixa de ser uma emergência para ser uma rotina, além do que não é possível prorrogar nem fazer outra dispensa de licitação com o mesmo objeto”.
 
Outra contratação polêmica foi a de fornecimentos de serviços de ‘buffet’ ao custo total de R$ 850 mil, cujo cardápio incluía frutos do mar e bebida alcoólica, enquanto os garis do município sofreram corte do almoço por parte da Prefeitura.
 
Wallace se defende das contratações sem licitação: “Fiz os emergenciais necessários que a prerrogativa da lei me permite. Eu assumi a gestão sem nenhum contrato vigente, sem nenhum contrato para trabalhar. Como eu ia colocar, no dia 20 de fevereiro, os alunos nas salas, sem merenda escolar? Nenhum pregão eletrônico, por mais eficiente que seja, é realizado em menos de 60 dias. Eu fiz os emergenciais na merenda escolar. Agora, pela primeira vez na cidade de Várzea Grande, após os emergenciais, fizemos pregão eletrônico. A mesma pessoa que me criticou porque fiz o emergencial me criticou porque fiz o pregão. É denuncismo apenas”. 
 
 
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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