Várzea Grande iniciou a campanha de imunização contra a COVID 19 para os trabalhadores da área de saúde pública com forte esquema de segurança feito pela Guarda Municipal e com a determinação do prefeito Kalil Baracat e do secretário interino de Saúde, Gonçalo de Barros, para que todos os vacinados tenham seus nomes e documentos pessoais formalmente encaminhados para órgãos de controle como a Controladoria Geral da União (CGU), os Ministérios Públicos Federal e Estadual e o Ministério da Saúde, para não pairar dúvidas de que as vacinas em Várzea Grande vão respeitar as regras e procedimento estabelecidos no Plano Nacional de Imunização.
Além dos funcionários do Hospital Pronto Socorro de Várzea Grande, os profissionais que atuam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos bairros IPASE e Cristo Rei também serão imunizados.
“A imunização através da vacina é um passo aguardado por toda a humanidade que se viu atingida por um vírus mortal que pode atingir a todos e não vê cor, raça, religião, condição financeira, ou seja, todos estão passíveis de ser contaminados como eu fui, portanto, temos que ser mais criteriosos e rigorosos nas regras do distanciamento social, uso de máscara, álcool em gel e meios de higienização rigorosos para que a vacina que ainda é pouca diante da necessidade, possa ser o instrumento que vencerá esta doença acompanhada de responsabilidade de cada uma das pessoas”, disse Kalil Baracat.
A técnica de enfermagem, Joselice Figueiredo de Souza, 62 anos, foi a primeira funcionária a ser vacinada e não escondeu a emoção em ter sido selecionada para participar deste momento que vai mudar a vida de milhares de pessoas em todo o mundo. Joselice tem 27 anos de serviços prestados a Saúde Pública da segunda maior cidade de Mato Grosso.
“Estou muito feliz em participar deste ato e mais ainda em saber que aos poucos a vacina está chegando ao nosso município. Saber que vou estar protegida desta doença já traz tranquilidade, porém é essencial que todos tenham acesso a esse medicamento e que ele chegue logo a toda à população que deve manter suas obrigações quanto ao distanciamento social e ao uso de meios de proteção como máscara e álcool em gel, além de água e sabão”.
O secretário de Assuntos Estratégicos e interino da Secretaria de Saúde, Gonçalo Barros, informou que foram repassadas para o município 3.900 doses, e destas apenas 50% estão disponíveis nesta primeira etapa, uma vez que a eficácia da vacinação só é completa com a aplicação da segunda dose do imunizante e que chegará com certeza a todos os que receberam a primeira dose.
“Esta é a primeira etapa e vamos dar sequência na vacinação cumprindo o protocolo que nos foi dado pelo Ministério da Saúde e pelo governo do Estado de Mato Grosso, onde neste primeiro momento serão priorizados os profissionais da saúde e que estão na linha de frente. Os profissionais que hoje tomarem essa primeira dose, daqui a 21 dias estarão tomando a segunda”, assegurou o secretário.
De acordo com o gestor, embora o município tenha recebido um número pequeno de doses – se comparado à população de Várzea Grande em 300 mil habitantes – o início da vacinação é um ponto de partida que deve ser muito comemorada. “Vamos cumprir com o que determina o plano nacional de vacinação do governo Federal, que neste momento está priorizando os profissionais da saúde. Na medida em que as vacinas forem sendo disponibilizadas, estaremos avançando aos demais grupos prioritários e por fim para toda a população indistintamente”.
E para que não haja aglomeração, os medicamentos estão sendo levados aos locais de vacinação somente nos dias pré-agendados e esses cuidados fazem parte do plano estratégico da própria secretaria de saúde como forma de resguardar a segurança das doses que se tornou um dos bens mais visado por todo mundo.
VACINADOS – Liminha Antunes da Silva, 45 anos, que atua na função de maqueiro, também recebeu a primeira dose da vacina. Ele disse que há poucos meses sentiu no corpo os efeitos produzidos pelo coronavírus e que ser escolhido para receber essa dose o deixa mais tranquilo e seguro, uma vez que a possibilidade de uma reinfecção é iminente, principalmente para quem, assim como ele, atua na linha de frente. “Essa vacina é a esperança para a população do mundo todo e é um privilégio estar tendo essa oportunidade”.
Já a técnica de enfermagem Arlete Aguiar Silva, 63 anos, confidenciou que estava vivendo um misto de ansiedade e, ao mesmo tempo, de emoção por receber a primeira dose da vacina contra o coranavírus. “Esse é um momento histórico em nossas vidas, ainda mais em um período em que o mundo inteiro sofre a perda de milhares de pessoas acometidas por essa doença. Enquanto profissional da saúde o nosso trabalho é levar o máximo de conforto ao doente e nos dedicar à cura, mas enquanto ser humano, a nossa preocupação é o de também nos mantermos ilesos a esse vírus. Eu só tenho a agradecer pelo privilégio de poder tomar a primeira dose desta tão aguardada vacina”.
O secretário interino destacou ainda que o interesse do município de Várzea Grande era adquirir 600 mil doses, o que seria ideal para vacinar toda a população da cidade, mas que essa vontade está longe da realidade, uma vez que o município tem também problemas em decorrência de insumos que não são produzidos no Brasil. “Temos problemas diplomáticos e que estão dificultando a produção dessas vacinas e isso tem sido um problema a ser sanado, porém, Várzea Grande já assinou protocolos de aquisição da vacina e que é a nossa vontade, mas esse é um problema mundial. Na medida em que forem disponibilizadas, com certeza vamos avançar com o nosso planejamento, além de contar com o Governo Federal”.
O comandante da Guarda Municipal, Alisson Baracat, frisou que a instituição fará a proteção das vacinas e a guarda da mesma até que ela chegue para a população a ser inicialmente imunizada e assegurou que o povo de Várzea Grande é ordeiro e saberá compreender este momento e o fato de que será necessário se aguardar até que todos possam ser vacinados.