Na tarde desta segunda-feira (11), dois deputados federais por Mato Grosso que integram a comissão que analisou o pedido de impeachment da presidente Dilma Roussef (PT) tiveram votos divergentes. Enquanto Nilson Leitão (PSDB) comemorou a aprovação do pedido de impedimento da petista (que foi vencido por 38 votos contra Dilma 27 a favor) e Valtenir Pereira (PMDB) decidiu ficar do lado da presidente e contra o impeachment.
Na plenária, argumentou que o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff não tem o embasamento jurídico necessário para configurar o crime de responsabilidade. “Um presidente não pode ser deposto, por exmplo, porque o país vai mal economicamente. Porque não tem bom relacionamento com o Congresso Nacional. Porque perdeu popularidade. A legitimação derivou das urnas. Só as urnas podem tirá-lo”, discursou o parlamentar.
O deputado deixa claro em seu voto que não está completamente convencido em 2 pontos da denúncia, a saber: se houve ou não crime de responsabilidade fiscal em relação às suplementações orçamentárias de 2015, e no que tange as supostas “pedaladas fiscais” também de 2015, já que a aprovação pelo Congresso Nacional permitindo o aumento do déficit público ocorrida no final do ano e o pagamento integral da dívida dentro do exercício orçamentário pode ou não ter corrigido juridicamente o ato.
Já o presidente do tucanato em Mato Grosso, Nilson Leitão comemorou o início do processo que pode cassar o mandato presidencial. O tucano lembrou que desde fevereiro de 2015 vem pedindo a queda de Dilma Rousseff. "Hoje podemos comemorar, graças aos movimentos que cresceram, o povo cobrando. Vamos tirar o Brasil desta crise", disparou o parlamentar.
Leitão criticou ainda tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de agir por 'debaixo dos panos' e tentar comprar deputados em um quarto de hotel. "Vencemos a máquina e o Lula que tentou comprar votos em um quarto de um hotel. Agora iremos fazer um Brasil diferente", comemorou o tucano.
Entenda a votação
A comissão especial de impeachment da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta segunda-feira (11), por 38 votos a favor, 27 contrários e nenhuma abstenção, o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), que recomendou a abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
A reunião para votação do texto teve início às 10h30 de hoje, com posicionamentos do presidente da comissão, deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), do relator Jovair Arantes (PTB-GO), do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo e dos 27 líderes partidários.
Os líderes do PP, PSD, PHS, PROS e Rede Sustentabilidade liberaram na comissão especial do impeachment, suas bancadas para a votação do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), pela admissibilidade do impedimento da presidenta Dilma Rousseff.
Diante disso, no PP, três deputados votaram a favor e dois contra. No PSD, votaram a favor o deputado Marcos Montes (MG) e o presidente da Comissão, Rogério Rosso (DF), que até então mantinha posição neutra; apenas um voto contra foi computado, o de Paulo Magalhães (BA).
No PHS, o único deputado na comissão, Marcelo Aro (MG), votou a favor do parecer, assim como no PROS onde os dois representantes foram favoráveis ao texto – Eros Biodini (MG) e Ronaldo Fonseca (DF). Na Rede, por sua vez, o deputado Aliel Machado (PR) votou contra o relatório.
Já os líderes do PRB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS, PR e PMB declararam voto pelo impeachment, enquanto as lideranças do PT, PCdoB, PDT, PTN, PSOL e PEN firmaram posição contrária ao impeachment.
O PMDB, que recentemente saiu da base do governo e que tem a vice-presidência da República (Michel Temer) e as presidências da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha) e do Senado (Renan Calheiros), liberou sua bancada para votar. Dos sete deputados na Comissão Especial de Impeachment, quatro votaram a favor do parecer do relator Jovair Arantes e três votaram contra.