O percurso ganha mais um atrativo com a abertura de todo esse circuito no sábado até a meia noite. Torino respira esse movimento, a partir da sede do evento, o pavilhão da Linguote Fiera.
E aqui, estamos muito bem representados por três galerias brasileiras: Mendes Wood DM e a Vermelho, de São Paulo e A Gentil Carioca, do Rio de Janeiro.
A Mendes Wood faz sua segunda participação com obras de vários artistas: Matheus Rocha Pitta, Marina Simão, Sonia Gomes, Adriano Costa, Tunga, do catalão Daniel Steegmann Mangrane e do espanhol Secundino Hernandes, enquanto nossas outras duas representantes estreiam no evento.
A Vermelho apresenta duas obras: uma constelação de Detanico Lan e outra peça de Nicolás Robbio. Esta, um instigante trabalho de equilíbrio e tensão de um único fio, que passeia e faz curvas apoiado em diversos pequenos objetos. Difícil de explicar, mais complicado ainda para fotografar.
Já a Gentil Carioca apostou todas as suas fichas numa grande obra de Thiago Rocha Pitta, artista brasileiro que fez residência em Milão e produziu um trabalho especial para a galeria na Artissima. Para Márcio Botner a aposta num obra única cria um diferencial, principalmente pela ligação do artista escolhido com a região.
Provavelmente você já notou a semelhança do sobrenome de dois artistas citados acima: Rocha Pitta. Eles são dois irmãos gêmeos e filhos de outro artista plástico, Fernando Rocha Pitta.
Mas não é apenas nas galerias brasileiras que estamos representados: obras de Tunga, Matheus Rocha Pitta e Paulo Nazareth estão presentes em stands de galerias como Franco Noero, de Torino, Pilar Corrias e Sprovieri de Londres. A galeria Graça Brandão, de Lisboa, que participa da sessão “Back to The Future”, apresenta obras de Lygia Pape.
Ainda para Márcio a divisão em sessões tematizadas da Artissima como “Back To the Future”, “Present Future” e “News Entries”, ajuda a compreender a passagem do tempo e as expectativas existentes em relação a arte contemporânea.
Eliana Finkelstein, da galeria Vermelho, destaca a seleção das peças expostas, contabilizando a participação da galeria paulista em 11 feiras do circuito, a maioria no continente americano. A próxima será a Art Basel, em Miami Beach, USA.
Se temos artistas e galeristas aqui em Torino também se ouve o português pelos corredores, já que existem colecionadores brasileiros explorando o espaço.
O mineiro Marcel Jung – que também visita a Artissima pela primeira vez – ressalta a organização do evento que chega a sua vigésima edição com uma grande variação de linguagens e discussões sobre o assunto.
A partir daí, o que vale é olhar e as sensações causadas pelas provocações de artistas de todos os cantos do mundo caso, por exemplo, do espaço madrilenho Sabrina Amrani, criada há 3 anos e uma das selecionadas para a sessão “New Entries”.
Sabrina trouxe trabalhos de artistas do Paquistão, Índia, Tunísia e da Palestina Ela conta o milagre, ainda sem relevar o santo: em breve, um artista brasileiro fará parte da lista de artistas da galeria.
E diz estar interessada em conhecer nosso mercado para, então, decidir-se pela participação numa feira brasileira: a Rio ou de São Paulo.
**Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “No rumo”, do SEM FIM… delcueto.wordpress.com