Em 2012, antes da existência da lei, que passou a vigorar no ano seguinte, 21,6% das vagas (cerca de 30,2 mil em números absolutos) eram destinadas aos cotistas. Em 2013, já sob o impacto da legislação, o percentual subiu para 31,5%.
Entre 2012 e 2013, houve um aumento de número de vagas gerais ofertadas pelas universidades federais. As cadeiras subiram de 140 mil para 188 mil. Esse crescimento fez com que a lei de cotas não afetasse a oferta de vagas para os candidatos de ampla concorrência (que não se encaixam nos critérios das cotas). Pelo contrário, foi registrado um aumento de 17,5% de vagas nesta modalidade. A variação do total de vagas reservadas entre 2012 e 2013 foi de 96%.
"No primeiro ano, a lei de cotas pouco afetou a oferta da ampla concorrência, pois houve um incremento das vagas ofertadas. A ideia de que a cotas iriam lesar o aluno da ampla concorrência não se sustentou", diz Verônica Toste, pesquisadora do Gemaa.
Na variação do ano seguinte, entre 2013 e 2014, o crescimento de vagas globais foi bem menor, de 1,6%. Por isso, a oferta para ampla concorrência caiu 11,6%, enquanto o índice de vagas reservadas subiu para 30%.
Mais vagas raciais
Das cadeiras destinadas aos cotistas atualmente, 22,7% (43 mil em números absolutos) são para os alunos pretos, pardos e indígenas, enquanto 15,5% (29,8 mil) são para os oriundos de escolas públicas e baixa renda.
O número de vagas raciais foi o que mais apresentou aumento desde que a lei entrou em vigor. Cresceu 176% entre os anos de 2012 e 2013.
G1