Opinião

Vaca no brejo

As últimas pesquisas de intenção de votos para Presidente da República desanimaram os que torcem pela falada terceira via.

Quinze dias antes o Sergio Moro – esperança da terceira via – chegou a apresentar uma preferência de 13% do eleitorado. Entretanto este número  não se sustentou, mesmo ele tendo se filiado ao Podemos e assumido a pré-candidatura.

A nove meses das eleições a situação está totalmente favorável ao Lula, conforme atestam os principais pesquisadores de intenção de votos do Brasil: Data Folha, Ipespe e Ipec. Este último nasceu este ano, mas é muito experiente, pois foi formado por ex-diretores do IBOPE, que foi extinto. Os dados coletados pelos três são muito parecidos entre si.

Já manifestei aqui neste espaço minha preferência pelo Moro, embora reconhecendo que ele não tem o perfil ideal para o cargo – mas é o menos ruim. Entretanto, os últimos dados colocando-o com 9% das intenções eleitorais, de alguma forma frustram as expectativas. Seus torcedores esperavam uma progressão firme, levando-o a ter perto de 15% de preferência até o final do ano que passou.

Ao lado deste insucesso o Lula prosperou, dando motivos para muitos analistas políticos preverem – embora pareça muito cedo – a vitória dele já no primeiro turno. A iminente união de Lula com Alckmin, que seria o vice do petista, ajuda a animar a turma que quer ver o Bolsonaro fora do Palácio.

Todavia, consultas feitas entre os eleitores têm mostrado que o Alckmin como vice do Lula, não traz volume interessante de votos para a chapa. Mas é importante porque sinaliza para o mercado que o petista está disposto a conversar e fazer alianças (ou seria conchavos?), o que agrada o empresariado. Aliás, um dos temores dos empresários é que o Lula assuma o governo com espírito vingativo.

Negando esse viés revanchista, especula-se que o Lula, considerando que sua vitória está consolidada, busca manter diálogo com outros partidos para garantir no Congresso, uma maioria confortável.

Talvez seja prematura essa certeza de vitória, mas a média das últimas pesquisas que já se repetem, sugerem mesmo uma vitória folgada:  O Lula tem em todas as simulações,  o dobro de votos do Bolsonaro e este, por seu lado, tem duas vezes as intenções eleitorais do Moro. Os demais (Dória, Ciro, Mandetta, Simone Tebet, Rodrigo Pacheco etc.) são apenas figurantes, sem chance de sucesso. O máximo que estes podem fazer é compor com outro, no caso de segundo turno.

O fato, entretanto, é que estamos entre Cila e Caríbdis – dois terríveis monstros, que na Mitologia Grega, assombravam os navegadores.  O primeiro monstro que nos ameaça, prometeu um governo de direita que nunca entregou, a menos que se julgue a pauta de costumes (homossexualidade, religião, “Deus acima de todos”, negacionismo etc) como sinal de governo liberal.

O segundo, é admirador dos governos ditatoriais de esquerda, manifestadamente a favor de um Estado grande e manipulador, cheio de funcionários públicos ciosos do “dever” de  empatar a vida dos que querem empreender.

Parece que a vaca vai pro brejo. Cila e Caribdis querem outra oportunidade – para continuar ou voltar ao poder –  e terminarem a “obra" que começaram.

Renato de Paiva Pereira – empresário e escritor

Renato2p@terra.com.br

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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